Pelo que observei nos cartoons de Dr. Seuss na antologia, consegui perceber que muitos deles têm uma conexão com eventos históricos. E estas figuras servem como uma crítica ao evento histórico ou à forma de como as pessoas lidaram com os problemas que se lhes apresentaram no momento. Portanto, quando vi esta imagem na antologia, que nos é demonstrada acima, vi que a seguir estava uma história de Dr. Seuss. Esta história chama-se "The ButterBattle Book". Comecei a folhear pela história e percebi que continha muitas imagens com o mesmo caráter desta que nos é apresentada. Sendo esse um caráter crítico e, devo dizer, político. Não só as imagens, mas também a história, que fala de dois povos diferentes, os Yooks e os Zooks, que tinham uma diferença, os Zooks punham manteiga na parte de baixo do seu pão, e os Yooks na parte de cima. Por isto, brevemente iriam ser separados por um muro. A mim, esta história, faz-me lembrar de uma outra história muito importante, chamada Muro de Berlim. Portanto, é possível perceber o simbolismo nos cartoons de Dr. Seuss, e também o quão importante estes cartoons são. Não só nos dão conhecimento de eventos históricos, mas também nos fazem perceber como as pessoas reagem, quando algo é feito de uma maneira diferente à qual não estão habituados. Além disso, a maneira de como Dr. Seuss nos transmite isto, sendo essa através destas figuras antropomórficas, é certamente um eufemismo mas também uma ironia. É claro que cada figura destas representa alguém importante nestes eventos históricos, e a maneira de como são caricaturados é relevante para a nossa observação dessa figura, por exemplo nesta imagem, ficamos a perceber que a águia tem algo a ver com os EUA, devido ao facto de ter um chapéu com os símbolos da bandeira e também por a águia ser um símbolo nacional do país.
Os "Dr. Seuss's Political Cartoons" que estão na antologia datam de 1941, o que significa que foram elaborados em meados da 2ª Guerra Mundial. O que é representado,nestes cartoons, não passa de uma sátira por parte dos Estados Unidos para com a Alemanha. Por outro lado, também é aqui representado a soberania dos Estados Unidos da América. A utilização destes animais/figuras caricaturadas servem para levar o leitor a ter uma proximidade com a realidade e para a percepção que cada um tem. A figura 45 da pág. 123 da Antologia é um bom exemplo: na camisola da senhora vemos a superioridade os EUA através da frase "America First", de seguida no livro temos o simbolo nazi e uma sátira ao ditador do regime nazista "Adolf The Wolf"; esta personificação de Adolf Hitler como lobo é ainda intensificada através da frase "But those were foreign children and it really didn´t matter."
Todas as caricaturas da autoria de Dr. Seuss presentes na antologia referem-se à vida na América durante a Segunda Guerra Mundial. Na primeira, uma moeda exibe uma avestruz com a cabeça "enfiada na areia", acompanhada pelo lema nacional dos Estados Unidos da América "In God we trust" e com o parêntesis "And how!". Esta "quarter" (moeda com o valor de 25 cêntimos) chama-se "The Lindbergh Quarter". A caricatura refere-se portanto ao activismo isolacionista de Charles Lindbergh durante a Segunda Guerra Mundial. Lindbergh defendia a não-intervenção dos Estados Unidos na guerra. Seuss critica os apoiantes de Lindbergh e das suas ideias, acusando-os de, como uma avestruz, enfiarem metaforicamente a sua cabeça na areia, ou seja, ignorarem o problema da ameaça Nazi em vez de o enfrentarem. Ao associar o lema nacional americano à figura da avestruz Seuss está a caracterizar esta atitude como perigosa e vergonhosamente generalizada - uma atitude que corria o risco de se tornar a posição oficial do país. O parêntesis "And how!" exprime o assustador grau de ignorância e egoísmo que o povo americano estava disposto a assumir. A legenda "Since when did we swap ou ego for an ostrich?" põe em contraste a posição da avestruz, ou seja, o conformismo cego e a ingenuidade perigosa, com o individualismo (pois "ego" significa "eu" em latim) e o pensamento crítico. A segunda caricatura segue a mesma linha de pensamento: um senhor com um "ostrich bonnet" vende outros chapéus idênticos a uma população que os aceita avidamente, para os livrar da "Hitler Headache" e todas as notícias terríveis que ouviram. Este chapéu simboliza a atitude isolacionista. A escolha do chapéu como símbolo para esta atitude é bastante significativa: em primeiro lugar, o chapéu é o que cobre a cabeça pensadora, portanto se a cabeça é completamente coberta por um chapéu de avestruz, então a cabeça está a ser impedida de pensar, os seus olhos estão a ser fechados à realidade que a rodeia; em segundo lugar, o chapéu (e a prática de cobrir o cabelo no geral) está associado à cultura, sendo algo que era utilizado por todos os homens na América dos anos 40 - logo, se o chapéu em voga é uma cabeça de avestruz, então isso significa que o estado de ignorância voluntário é algo que caracteriza, ou que corre o risco de caracterizar, todos os homens americanos dessa época. A legenda "We Always Were Suckers for Ridiculous Hats", se interpretada denotativamente, refere-se apenas à variedade de chapéus utilizada pelos homens e mulheres americanos ao longo do séculos, uns mais práticos que outros; se interpretada conotativamente, refere-se a uma tendência americana para adoptar ideologias ridículas como o isolacionismo, ou então pode-se referir especificamente à tendência americana para manter um estado voluntário de ignorância. +
+ A terceira caricatura refere-se ao interesse de Charles Lindbergh pela eugenia, a qual, segundo Max Wallace, foi mesmo "one of Lindbergh's enduring passions". A eugenia consiste no "estudo dos agentes (...) que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações, seja física ou mentalmente". Com esta caricatura, Seuss critica os perigosos extremos do esforço eugénico que ameaçavam o Ocidente durante a Segunda Guerra Mundial. Esta crítica é evidente tendo em conta o absurdo da situação, e a impossibilidade de cruzar os genes de uma águia com uma alforreca. A crítica é ainda mais transparente pelo facto de o homem que afirma a intenção dos cientistas eugénicos ter o nome "Lindbergh" escrito nas costas. O facto da águia, símbolo da América, estar a usar a cartola do Uncle Sam (que, aliás, é um símbolo associado a tempos de guerra, e ao recrutamento de soldados) diz-nos que a figura representativa de Lindbergh pretende imiscuir os Estados Unidos da América com o esforço eugénico característico das nações fascistas dos anos 40. A legenda "Science Marches On" é também digna de interesse, pois a utilização do verbo "marches" (que, neste contexto, em princípio significaria "avançar") para descrever o "progresso" da ciência remete-nos para um imaginário bélico, enfatizando mais uma vez a estreita relação entre a eugenia e o conflito mundial da altura. A quarta caricatura refere-se, porventura, a uma carta do presidente americano Franklin D. Roosevelt ao seu secretário de guerra, Henry Stimson, em que afirmou: "When I read Lindbergh's speech I felt that it could not have been better put if it had been written by Goebbels himself.". Este discurso foi feito por Lindbergh num comício do America First Committee (associação isolacionista), que se realizou a 11 de Setembro de 1941, em que Lindbergh apontou o dedo aos Britânicos, aos Judeus e à Administração de Roosevelt, acusando-os de serem os principais agitadores e incitadores da intervenção americana na guerra. Ao colocar uma figura identificada como Lindbergh no topo de um monte de excremento que está a ser transportado por um veículo denominado "Nazi Anti-Semite Stink Wagon", conduzido por um indivíduo com uma braçadeira nazi, Seuss está a acusar abertamente Lindbergh de ser um simpatizante da ideologia Nazi, e de promover o anti-semitismo na América. Lindbergh está a ser acusado de promover estas ideias (a "lovely Goebbels Stuff) uma vez que figura que o representa está a espalhar o excremento, espinhas de peixes e gatos vadios (elementos associados à podridão e insalubridade, física se num sentido denotativo, ou moral se num sentido conotativo) pelo povo americano (representado pelos prédios altos com uma bandeira americana), "conspurcando-os" com a sua ideologia anti-semita. É também insinuado que Lindbergh, que usa uma máscara de gás que o protege do fedor do excremento que espalha, se encontra numa posição de privilégio (reforçada pela altura a que se encontra) que lhe permite espalhar uma ideologia nociva sem ter que sofrer as suas consequências negativas (sentir o seu "cheiro"). +
+ A quinta caricatura é mais um ataque ao America First Committee. Esta organização é representada na caricatura como uma figura maternal e benevolente, insinuando que esta era a imagem que o comité pretendia apresentar. A figura maternal lê um livro com uma lombada que exibe uma suástica, intitulado "Adolf the Wolf". Nesta história, o lobo come crianças e cospe os seus ossos, mas como estas eram crianças estrangeiras, "it really didn't matter". A utilização da figura do lobo serve para caracterizar a Alemanha Nazi como um predador, um monstro dos contos de fadas, que come as criancinhas judias. Curiosamente, segundo Angela Lambert no seu livro "A vida perdida de Eva Braun", quando Eva Braun conheceu Hitler, este apresentou-se sob o pseudónimo "Herr Wolf". Ao escrever na legenda "But those were Foreign Children and it really didn't matter", Seuss está a expor a crueldade adjacente à atitude isolacionista de alguns americanos. A colocação "Foreign Children" diz-nos que, por um lado, são estrangeiras, e isso distancia o problema e diminui a nossa capacidade de sentir empatia; mas por outro lado, são crianças, seres inocentes e vulneráveis que merecem a nossa compaixão e protecção. É uma colocação poderosa que evidencia a incongruência entre o isolacionismo e a compaixão humana que, supostamente, todos teriam. A sexta caricatura exibe uma águia americana com as "mãos e pés" (esta águia é antropomórfica) presos numa canga, e com uma plaqueta pendurada no seu bico que diz "I am part jewish". Encostada à canga está um cartaz que diz "Publik Notice: This Bird is Possessed of an Evil Demon!", assinada pelos "xerifes" C.A. Lindbergh e Gerald P. Nye. A plaqueta pendurada no bico da águia americana é uma referência ao facto de parte da população americana consistir em pessoas da religião judaica. O facto de esta águia americana parcialmente judia estar encarcerada, como que a ser castigada, por Lindbergh e Nye (dois famosos isolacionistas), é uma acusação a estes dois homens de serem anti-semitas, acusação esta que é corroborada por uma entrada de Lindbergh num diário seu que contém as seguintes frases: "We must limit to a reasonable amount the Jewish influence ... Whenever the Jewish percentage of total population becomes too high, a reaction seems to invariably occur.". Lindbergh e Nye pretendiam portanto "controlar" o "problema judeu" na América. É também significativa a ortografia da palavra "Publik" no cartaz, uma vez que, segundo a ortografia tanto do inglês britânico como do inglês americano, a palavra acaba num C. Na língua alemã, no entanto, a palavra escreve-se de facto com um K. Esta é uma subtil acusação a estes dois indivíduos de serem simpatizantes da Alemanha Nazi. +
+ Na sétima caricatura podemos observar uma multidão de gatos de olhos em bico, um deles com uma bandeira nipónica, a assoberbar a águia americana, no "Jap Alley". Isto refere-se ao encarceramento dos imigrantes japoneses (e seus descendentes) na América durante a Segunda Guerra Mundial, ordenado pelo presidente Roosevelt. A legenda "Maybe only alley cats, but Jeepers! a hell lot of'em!" exprime o sentimento americano que provocou este encarceramento: apesar de não terem nenhum particular estatuto de poder na sociedade (eram apenas "gatos vadios"), os imigrantes japoneses eram muito numerosos, sendo que, após o ataque a Pearl Harbour, este número passou a ser visto como uma potencial ameaça. A águia americana é representada a maltratar explicitamente um destes gatos vadios, simbolizando os "maltratos" que a população nipo-americana sofreu às mãos do Estado americano. O facto de os gatos nipónicos estarem a saltar para cima da vedação, para além de ser um comportamento natural dos gatos, representa o medo americano de que esta população nipónica se revelasse imprevisível, engenhosa e perigosa.
Olá Cecília, as suas análises são bastante informadas e perspicazes, como sempre, mas a análise da última imagem está talvez "viciada" pela sua impressão de que o Dr. Seuss era sempre um educador e caricaturista com o coração no lado certo... mas mesmo quem pensa fazer o bem pode estar toldado pelos seus preconceitos. Leia aqui: http://harvardpolitics.com/books-arts/oh-dr-seuss-didnt-know/
In Dr Seuss' cartoons the symbolism attached to animals is easily observable. I want to focus on the sybolism of ostriches in his cartoons. I believe that the caricaturist chose an ostrich because this animal is known for putting its head into the ground and cannot see what is happening on the surface. When considering the political context of the caricature (World War II) and the brutalities of Nazi-Germany, he wants to critisize the neglectfullness of the US who act like ostriches. So the caricature is an appeal for action.
A série de cartoons de Dr. Seuss que constam na antologia foi elaborada durante o período da Segunda Guerra Mundial e é referente a esse mesmo contexto. Relativamente às figuras dos cartoons, distinguem-se figuras humanas e animais. Os animais são as figuras mais carregadas de simbolismo, uma vez que estão associadas a personalidades ou grupos de pessoas em específico. Por exemplo, a avestruz do primeiro cartoon vem ocupar o lugar do congressita Charles Lindbergh, que defendia que os Estados Unidos deveriam manter uma posição neutra durante a segunda guerra mundial. Nas moedas e notas americanas é comum existirem retratos dos presidentes do país e assim este cartoon mostra uma moeda em que o retrato é na verdade um retrato do medo, mostrado por uma avestruz que esconde a cabeça debaixo da terra. Pode ver-se escrita a máxima “in god we trust” como uma justificação para a alienação da avestruz. As pessoas, ou seja, as figuras antropomórficas nestes cartoons vêem simbolizar o público em geral. Os americanos que testemunham a difusão destas ideias e que se deixam contaminar por elas são aqui mostrados, por exemplo, no cartoon da pág. 123 em que pode ver-se uma mulher a ler um livro a duas crianças. Este livro conta a história de Adolf the Wolf, uma referência a Adolf Hitler (mais uma vez uma personalidade histórica representada por um animal). Nesta história são referidas as atrocidades cometidas pelo fascista, acompanhadas de uma conclusão que pretende diminuir a importância dessas atrocidades por terem sido cometidas contra estrangeiros e não contra os americanos. Na camisola da senhora que lê a história pode ler-se “AMERICA FIRST” como um reforço do egoísmo que está a ser alvo de crítica.
Todos os cartoons de Dr. Seuss presentes na antologia, baseiam-se na sátira feita por Seuss à visão americana da Segunda Guerra Mundial, nomeadamente à questão nazi. A primeira e mais marcante crítica representada é a avestruz. A vontade dos americanos em tornarem-se ‘’avestruzes’’. Presente no primeiro e segundo cartoon, representando o povo americano como ignorante e egocêntrico. Seuss critica ironicamente (In God we trust (AND HOW!)) a vontade dos americanos de ‘’enfiarem a cabeça na areia’’ como forma de ignorar os problemas que se passam à sua volta mais concretamente o nazismo na europa. No segundo cartoon observamos a oferta de “chapéus” (cabeças de avestruzes) oferecidas por “Lindy” (LINDY OSTRICH SERCE INC.- na base do cartaz) – Lindbergh: um simpatizante nazi que defendia a neutralidade americana face ao outros países e consequentes problemas que passavam, pregava sobre a isolação americana e como deveria ser esse o plano a seguir (o grande alvo da sátira de Seuss nestes cartoons). As pessoas estão então a fazer fila para conseguirem o seu chapéu de avestruz que lhes permitirá esquecer o problema nazi (“Get your ostrich bonnet here/ Relieves Hitler headache”), escolhem então ficar isolados e até ignorantes à questão. Seuss critica a forma como o povo escolhe simplesmente ignorar o problema. O terceiro cartoon mostra Lindbergh a querer cruzar a águia (águia com o chapéu americano surge nestes cartoons como a fiel representação dos Estados Unidos da América) com uma alforreca (“Fellow experimenters, we are gathered here today to mate the Eagle and the Jellyfish”). Em meados de 1940 os japoneses desenvolveram uma nova “tecnologia” de armamento internacional: bombas balão. Consistia em bombas destinadas a incendiar e destruir o territótio americano, carregadas por balões no formato de uma alforreca. O fact de lindbergh querer juntar a águia com a alforreca numa tentativa de evolução cientifica (SCIENCE MARCHES ON), a meu ver, representa a necessidade da américa criar também o seu armamento o que demonstra também, os tempos de guerra e conflito na altura.
O quarto cartoon apresenta Lindbergh em cima de uma carroça de lixo intitulada de “Nazi Anti-Semite Stink Wagon” e segundo o título (“spreading the lovely Goebbels stuff”) percebemos a ironia de Seuss (“lovely”) ao criticar Lindbergh de espalhar e promover os ideais nazis de Goebbels (um apoiante do extermínio dos judeus, ministro da propaganda na Alemanha nazi) pois não passam de lixo. É também de notar que o condutor desta carroça apresenta uma suática no braço reforçando ainda mais esta ideia. O quinto cartoon expõe uma ideia muito concreta do pensamento americano na altura. A camisola da senhora “America first” reforça a ideia de superioridade americana. O livro tem o título de “Adolf the wolf” e, mais uma vez com uma suástica, representa Hitler o seu ideal nazi e do que esta senhora está a ler é de frisar a pouca importância que era dada às crianças (não só, pessoas em geral) que não fossem americanas, que por mais que estivessem a passar pelo terror e extermínio nazi, não eram importantes (“those were foreign children and it really didn’t matter”) voltando à ideia da população americana como avestruzes, ignorando tudo o que não lhes era diretamente relacionado. O quinto cartoon é bastante óbvio: o continente americano é conhecido por ser o “melting pot” uma mistura de raças e etnias, e grande parte da população americana tem várias descendências sendo grande porção da população parte judia. A águia acorrentada e alegadamente possuída por um demónio mostra a realidade da segunda guerra mundial e Seuss critica os antisemitistas neste caso (como podemos observar no cartaz) Lindbergh e Gerald P. Nye. No ultimo cartoon temos uma grande concentração de “gatos” japoneses (como podemos observar pela bandeira) e mais uma vez esta águia com o chapéu de Uncle Sam representante da América. A águia agarra um dos gatos e prepara-se para o magoar ou até matar o que representa os maus tratos por parte dos americanos aos emigrantes neste caso japoneses. Será também de frisar a desconfiança que estes japoneses transmitiam, a ideia de que seriam manhosos (o gato a saltar da vedação).
Pelo que observei nos cartoons de Dr. Seuss na antologia, consegui perceber que muitos deles têm uma conexão com eventos históricos. E estas figuras servem como uma crítica ao evento histórico ou à forma de como as pessoas lidaram com os problemas que se lhes apresentaram no momento. Portanto, quando vi esta imagem na antologia, que nos é demonstrada acima, vi que a seguir estava uma história de Dr. Seuss. Esta história chama-se "The ButterBattle Book". Comecei a folhear pela história e percebi que continha muitas imagens com o mesmo caráter desta que nos é apresentada. Sendo esse um caráter crítico e, devo dizer, político. Não só as imagens, mas também a história, que fala de dois povos diferentes, os Yooks e os Zooks, que tinham uma diferença, os Zooks punham manteiga na parte de baixo do seu pão, e os Yooks na parte de cima. Por isto, brevemente iriam ser separados por um muro. A mim, esta história, faz-me lembrar de uma outra história muito importante, chamada Muro de Berlim. Portanto, é possível perceber o simbolismo nos cartoons de Dr. Seuss, e também o quão importante estes cartoons são. Não só nos dão conhecimento de eventos históricos, mas também nos fazem perceber como as pessoas reagem, quando algo é feito de uma maneira diferente à qual não estão habituados. Além disso, a maneira de como Dr. Seuss nos transmite isto, sendo essa através destas figuras antropomórficas, é certamente um eufemismo mas também uma ironia. É claro que cada figura destas representa alguém importante nestes eventos históricos, e a maneira de como são caricaturados é relevante para a nossa observação dessa figura, por exemplo nesta imagem, ficamos a perceber que a águia tem algo a ver com os EUA, devido ao facto de ter um chapéu com os símbolos da bandeira e também por a águia ser um símbolo nacional do país.
ResponderEliminarOs "Dr. Seuss's Political Cartoons" que estão na antologia datam de 1941, o que significa que foram elaborados em meados da 2ª Guerra Mundial. O que é representado,nestes cartoons, não passa de uma sátira por parte dos Estados Unidos para com a Alemanha. Por outro lado, também é aqui representado a soberania dos Estados Unidos da América. A utilização destes animais/figuras caricaturadas servem para levar o leitor a ter uma proximidade com a realidade e para a percepção que cada um tem. A figura 45 da pág. 123 da Antologia é um bom exemplo: na camisola da senhora vemos a superioridade os EUA através da frase "America First", de seguida no livro temos o simbolo nazi e uma sátira ao ditador do regime nazista "Adolf The Wolf"; esta personificação de Adolf Hitler como lobo é ainda intensificada através da frase "But those were foreign children and it really didn´t matter."
ResponderEliminarTodas as caricaturas da autoria de Dr. Seuss presentes na antologia referem-se à vida na América durante a Segunda Guerra Mundial.
ResponderEliminarNa primeira, uma moeda exibe uma avestruz com a cabeça "enfiada na areia", acompanhada pelo lema nacional dos Estados Unidos da América "In God we trust" e com o parêntesis "And how!". Esta "quarter" (moeda com o valor de 25 cêntimos) chama-se "The Lindbergh Quarter". A caricatura refere-se portanto ao activismo isolacionista de Charles Lindbergh durante a Segunda Guerra Mundial. Lindbergh defendia a não-intervenção dos Estados Unidos na guerra. Seuss critica os apoiantes de Lindbergh e das suas ideias, acusando-os de, como uma avestruz, enfiarem metaforicamente a sua cabeça na areia, ou seja, ignorarem o problema da ameaça Nazi em vez de o enfrentarem. Ao associar o lema nacional americano à figura da avestruz Seuss está a caracterizar esta atitude como perigosa e vergonhosamente generalizada - uma atitude que corria o risco de se tornar a posição oficial do país. O parêntesis "And how!" exprime o assustador grau de ignorância e egoísmo que o povo americano estava disposto a assumir. A legenda "Since when did we swap ou ego for an ostrich?" põe em contraste a posição da avestruz, ou seja, o conformismo cego e a ingenuidade perigosa, com o individualismo (pois "ego" significa "eu" em latim) e o pensamento crítico.
A segunda caricatura segue a mesma linha de pensamento: um senhor com um "ostrich bonnet" vende outros chapéus idênticos a uma população que os aceita avidamente, para os livrar da "Hitler Headache" e todas as notícias terríveis que ouviram. Este chapéu simboliza a atitude isolacionista. A escolha do chapéu como símbolo para esta atitude é bastante significativa: em primeiro lugar, o chapéu é o que cobre a cabeça pensadora, portanto se a cabeça é completamente coberta por um chapéu de avestruz, então a cabeça está a ser impedida de pensar, os seus olhos estão a ser fechados à realidade que a rodeia; em segundo lugar, o chapéu (e a prática de cobrir o cabelo no geral) está associado à cultura, sendo algo que era utilizado por todos os homens na América dos anos 40 - logo, se o chapéu em voga é uma cabeça de avestruz, então isso significa que o estado de ignorância voluntário é algo que caracteriza, ou que corre o risco de caracterizar, todos os homens americanos dessa época. A legenda "We Always Were Suckers for Ridiculous Hats", se interpretada denotativamente, refere-se apenas à variedade de chapéus utilizada pelos homens e mulheres americanos ao longo do séculos, uns mais práticos que outros; se interpretada conotativamente, refere-se a uma tendência americana para adoptar ideologias ridículas como o isolacionismo, ou então pode-se referir especificamente à tendência americana para manter um estado voluntário de ignorância.
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ResponderEliminarA terceira caricatura refere-se ao interesse de Charles Lindbergh pela eugenia, a qual, segundo Max Wallace, foi mesmo "one of Lindbergh's enduring passions". A eugenia consiste no "estudo dos agentes (...) que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações, seja física ou mentalmente". Com esta caricatura, Seuss critica os perigosos extremos do esforço eugénico que ameaçavam o Ocidente durante a Segunda Guerra Mundial. Esta crítica é evidente tendo em conta o absurdo da situação, e a impossibilidade de cruzar os genes de uma águia com uma alforreca. A crítica é ainda mais transparente pelo facto de o homem que afirma a intenção dos cientistas eugénicos ter o nome "Lindbergh" escrito nas costas. O facto da águia, símbolo da América, estar a usar a cartola do Uncle Sam (que, aliás, é um símbolo associado a tempos de guerra, e ao recrutamento de soldados) diz-nos que a figura representativa de Lindbergh pretende imiscuir os Estados Unidos da América com o esforço eugénico característico das nações fascistas dos anos 40. A legenda "Science Marches On" é também digna de interesse, pois a utilização do verbo "marches" (que, neste contexto, em princípio significaria "avançar") para descrever o "progresso" da ciência remete-nos para um imaginário bélico, enfatizando mais uma vez a estreita relação entre a eugenia e o conflito mundial da altura.
A quarta caricatura refere-se, porventura, a uma carta do presidente americano Franklin D. Roosevelt ao seu secretário de guerra, Henry Stimson, em que afirmou: "When I read Lindbergh's speech I felt that it could not have been better put if it had been written by Goebbels himself.". Este discurso foi feito por Lindbergh num comício do America First Committee (associação isolacionista), que se realizou a 11 de Setembro de 1941, em que Lindbergh apontou o dedo aos Britânicos, aos Judeus e à Administração de Roosevelt, acusando-os de serem os principais agitadores e incitadores da intervenção americana na guerra. Ao colocar uma figura identificada como Lindbergh no topo de um monte de excremento que está a ser transportado por um veículo denominado "Nazi Anti-Semite Stink Wagon", conduzido por um indivíduo com uma braçadeira nazi, Seuss está a acusar abertamente Lindbergh de ser um simpatizante da ideologia Nazi, e de promover o anti-semitismo na América. Lindbergh está a ser acusado de promover estas ideias (a "lovely Goebbels Stuff) uma vez que figura que o representa está a espalhar o excremento, espinhas de peixes e gatos vadios (elementos associados à podridão e insalubridade, física se num sentido denotativo, ou moral se num sentido conotativo) pelo povo americano (representado pelos prédios altos com uma bandeira americana), "conspurcando-os" com a sua ideologia anti-semita. É também insinuado que Lindbergh, que usa uma máscara de gás que o protege do fedor do excremento que espalha, se encontra numa posição de privilégio (reforçada pela altura a que se encontra) que lhe permite espalhar uma ideologia nociva sem ter que sofrer as suas consequências negativas (sentir o seu "cheiro").
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ResponderEliminarA quinta caricatura é mais um ataque ao America First Committee. Esta organização é representada na caricatura como uma figura maternal e benevolente, insinuando que esta era a imagem que o comité pretendia apresentar. A figura maternal lê um livro com uma lombada que exibe uma suástica, intitulado "Adolf the Wolf". Nesta história, o lobo come crianças e cospe os seus ossos, mas como estas eram crianças estrangeiras, "it really didn't matter". A utilização da figura do lobo serve para caracterizar a Alemanha Nazi como um predador, um monstro dos contos de fadas, que come as criancinhas judias. Curiosamente, segundo Angela Lambert no seu livro "A vida perdida de Eva Braun", quando Eva Braun conheceu Hitler, este apresentou-se sob o pseudónimo "Herr Wolf". Ao escrever na legenda "But those were Foreign Children and it really didn't matter", Seuss está a expor a crueldade adjacente à atitude isolacionista de alguns americanos. A colocação "Foreign Children" diz-nos que, por um lado, são estrangeiras, e isso distancia o problema e diminui a nossa capacidade de sentir empatia; mas por outro lado, são crianças, seres inocentes e vulneráveis que merecem a nossa compaixão e protecção. É uma colocação poderosa que evidencia a incongruência entre o isolacionismo e a compaixão humana que, supostamente, todos teriam.
A sexta caricatura exibe uma águia americana com as "mãos e pés" (esta águia é antropomórfica) presos numa canga, e com uma plaqueta pendurada no seu bico que diz "I am part jewish". Encostada à canga está um cartaz que diz "Publik Notice: This Bird is Possessed of an Evil Demon!", assinada pelos "xerifes" C.A. Lindbergh e Gerald P. Nye. A plaqueta pendurada no bico da águia americana é uma referência ao facto de parte da população americana consistir em pessoas da religião judaica. O facto de esta águia americana parcialmente judia estar encarcerada, como que a ser castigada, por Lindbergh e Nye (dois famosos isolacionistas), é uma acusação a estes dois homens de serem anti-semitas, acusação esta que é corroborada por uma entrada de Lindbergh num diário seu que contém as seguintes frases: "We must limit to a reasonable amount the Jewish influence ... Whenever the Jewish percentage of total population becomes too high, a reaction seems to invariably occur.". Lindbergh e Nye pretendiam portanto "controlar" o "problema judeu" na América. É também significativa a ortografia da palavra "Publik" no cartaz, uma vez que, segundo a ortografia tanto do inglês britânico como do inglês americano, a palavra acaba num C. Na língua alemã, no entanto, a palavra escreve-se de facto com um K. Esta é uma subtil acusação a estes dois indivíduos de serem simpatizantes da Alemanha Nazi.
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ResponderEliminarNa sétima caricatura podemos observar uma multidão de gatos de olhos em bico, um deles com uma bandeira nipónica, a assoberbar a águia americana, no "Jap Alley". Isto refere-se ao encarceramento dos imigrantes japoneses (e seus descendentes) na América durante a Segunda Guerra Mundial, ordenado pelo presidente Roosevelt. A legenda "Maybe only alley cats, but Jeepers! a hell lot of'em!" exprime o sentimento americano que provocou este encarceramento: apesar de não terem nenhum particular estatuto de poder na sociedade (eram apenas "gatos vadios"), os imigrantes japoneses eram muito numerosos, sendo que, após o ataque a Pearl Harbour, este número passou a ser visto como uma potencial ameaça. A águia americana é representada a maltratar explicitamente um destes gatos vadios, simbolizando os "maltratos" que a população nipo-americana sofreu às mãos do Estado americano. O facto de os gatos nipónicos estarem a saltar para cima da vedação, para além de ser um comportamento natural dos gatos, representa o medo americano de que esta população nipónica se revelasse imprevisível, engenhosa e perigosa.
Olá Cecília, as suas análises são bastante informadas e perspicazes, como sempre, mas a análise da última imagem está talvez "viciada" pela sua impressão de que o Dr. Seuss era sempre um educador e caricaturista com o coração no lado certo... mas mesmo quem pensa fazer o bem pode estar toldado pelos seus preconceitos. Leia aqui: http://harvardpolitics.com/books-arts/oh-dr-seuss-didnt-know/
ResponderEliminarIn Dr Seuss' cartoons the symbolism attached to animals is easily observable. I want to focus on the sybolism of ostriches in his cartoons. I believe that the caricaturist chose an ostrich because this animal is known for putting its head into the ground and cannot see what is happening on the surface. When considering the political context of the caricature (World War II) and the brutalities of Nazi-Germany, he wants to critisize the neglectfullness of the US who act like ostriches. So the caricature is an appeal for action.
ResponderEliminarA série de cartoons de Dr. Seuss que constam na antologia foi elaborada durante o período da Segunda Guerra Mundial e é referente a esse mesmo contexto.
ResponderEliminarRelativamente às figuras dos cartoons, distinguem-se figuras humanas e animais.
Os animais são as figuras mais carregadas de simbolismo, uma vez que estão associadas a personalidades ou grupos de pessoas em específico. Por exemplo, a avestruz do primeiro cartoon vem ocupar o lugar do congressita Charles Lindbergh, que defendia que os Estados Unidos deveriam manter uma posição neutra durante a segunda guerra mundial. Nas moedas e notas americanas é comum existirem retratos dos presidentes do país e assim este cartoon mostra uma moeda em que o retrato é na verdade um retrato do medo, mostrado por uma avestruz que esconde a cabeça debaixo da terra. Pode ver-se escrita a máxima “in god we trust” como uma justificação para a alienação da avestruz.
As pessoas, ou seja, as figuras antropomórficas nestes cartoons vêem simbolizar o público em geral. Os americanos que testemunham a difusão destas ideias e que se deixam contaminar por elas são aqui mostrados, por exemplo, no cartoon da pág. 123 em que pode ver-se uma mulher a ler um livro a duas crianças. Este livro conta a história de Adolf the Wolf, uma referência a Adolf Hitler (mais uma vez uma personalidade histórica representada por um animal). Nesta história são referidas as atrocidades cometidas pelo fascista, acompanhadas de uma conclusão que pretende diminuir a importância dessas atrocidades por terem sido cometidas contra estrangeiros e não contra os americanos. Na camisola da senhora que lê a história pode ler-se “AMERICA FIRST” como um reforço do egoísmo que está a ser alvo de crítica.
Todos os cartoons de Dr. Seuss presentes na antologia, baseiam-se na sátira feita por Seuss à visão americana da Segunda Guerra Mundial, nomeadamente à questão nazi.
ResponderEliminarA primeira e mais marcante crítica representada é a avestruz. A vontade dos americanos em tornarem-se ‘’avestruzes’’. Presente no primeiro e segundo cartoon, representando o povo americano como ignorante e egocêntrico. Seuss critica ironicamente (In God we trust (AND HOW!)) a vontade dos americanos de ‘’enfiarem a cabeça na areia’’ como forma de ignorar os problemas que se passam à sua volta mais concretamente o nazismo na europa. No segundo cartoon observamos a oferta de “chapéus” (cabeças de avestruzes) oferecidas por “Lindy” (LINDY OSTRICH SERCE INC.- na base do cartaz) – Lindbergh: um simpatizante nazi que defendia a neutralidade americana face ao outros países e consequentes problemas que passavam, pregava sobre a isolação americana e como deveria ser esse o plano a seguir (o grande alvo da sátira de Seuss nestes cartoons). As pessoas estão então a fazer fila para conseguirem o seu chapéu de avestruz que lhes permitirá esquecer o problema nazi (“Get your ostrich bonnet here/ Relieves Hitler headache”), escolhem então ficar isolados e até ignorantes à questão.
Seuss critica a forma como o povo escolhe simplesmente ignorar o problema.
O terceiro cartoon mostra Lindbergh a querer cruzar a águia (águia com o chapéu americano surge nestes cartoons como a fiel representação dos Estados Unidos da América) com uma alforreca (“Fellow experimenters, we are gathered here today to mate the Eagle and the Jellyfish”). Em meados de 1940 os japoneses desenvolveram uma nova “tecnologia” de armamento internacional: bombas balão. Consistia em bombas destinadas a incendiar e destruir o territótio americano, carregadas por balões no formato de uma alforreca. O fact de lindbergh querer juntar a águia com a alforreca numa tentativa de evolução cientifica (SCIENCE MARCHES ON), a meu ver, representa a necessidade da américa criar também o seu armamento o que demonstra também, os tempos de guerra e conflito na altura.
O quarto cartoon apresenta Lindbergh em cima de uma carroça de lixo intitulada de “Nazi Anti-Semite Stink Wagon” e segundo o título (“spreading the lovely Goebbels stuff”) percebemos a ironia de Seuss (“lovely”) ao criticar Lindbergh de espalhar e promover os ideais nazis de Goebbels (um apoiante do extermínio dos judeus, ministro da propaganda na Alemanha nazi) pois não passam de lixo. É também de notar que o condutor desta carroça apresenta uma suática no braço reforçando ainda mais esta ideia.
ResponderEliminarO quinto cartoon expõe uma ideia muito concreta do pensamento americano na altura. A camisola da senhora “America first” reforça a ideia de superioridade americana. O livro tem o título de “Adolf the wolf” e, mais uma vez com uma suástica, representa Hitler o seu ideal nazi e do que esta senhora está a ler é de frisar a pouca importância que era dada às crianças (não só, pessoas em geral) que não fossem americanas, que por mais que estivessem a passar pelo terror e extermínio nazi, não eram importantes (“those were foreign children and it really didn’t matter”) voltando à ideia da população americana como avestruzes, ignorando tudo o que não lhes era diretamente relacionado.
O quinto cartoon é bastante óbvio: o continente americano é conhecido por ser o “melting pot” uma mistura de raças e etnias, e grande parte da população americana tem várias descendências sendo grande porção da população parte judia. A águia acorrentada e alegadamente possuída por um demónio mostra a realidade da segunda guerra mundial e Seuss critica os antisemitistas neste caso (como podemos observar no cartaz) Lindbergh e Gerald P. Nye.
No ultimo cartoon temos uma grande concentração de “gatos” japoneses (como podemos observar pela bandeira) e mais uma vez esta águia com o chapéu de Uncle Sam representante da América. A águia agarra um dos gatos e prepara-se para o magoar ou até matar o que representa os maus tratos por parte dos americanos aos emigrantes neste caso japoneses. Será também de frisar a desconfiança que estes japoneses transmitiam, a ideia de que seriam manhosos (o gato a saltar da vedação).