(na foto, marcha Zombie em Bruxelas, 2013)
A – Apocalipse: O zombie é uma figura que inspira medo e terror, surgindo
frequentemente associado a uma visão apocalíptica em que a sociedade, tal como
nós a conhecemos, desapareceu e está coberta de cadáveres que, também eles
infectados, se levantam e começam a caminhar. Contudo, o zombie nem sempre foi
associado a uma expressão reveladora do fim dos dias.
B – Boca:
A boca, centro definidor do zombie, funciona como metáfora para o consumo
desenfreado da humanidade: o zombie não consegue parar de comer, mostrando como
a sociedade contemporânea está marcada pela cultura capitalista. A boca do
zombie é, além disso, duplamente fatal: não apenas arma predatória mas também
elemento propagador da epidemia.
C – Corpo: Se a boca é locus importante no zombie, o corpo tem também
destaque no folclore e na ficção. Por um lado, ao corpo do zombie associa-se,
por influência das crenças vudu, a ideia de controlo. O corpo do zombie é,
antes de mais, escravo da vontade, quer seja de um outro dominador, quer seja
da sua insaciável fome. Por outro lado, a deformação do corpo, que continua a
funcionar mesmo quando está (quase) destruído, dá expressão às nossas maiores
ansiedades e medos.
D – Destruição: Por onde passa, o zombie deixa um rasto de destruição e há
pouca hipótese de sobrevivência, uma vez que, de acordo com os parâmetros do
cinema – e em particular de Hollywood – o ataque zombie é implacável, mostrando
que resta pouco de humano à humanidade que, aqui, se apresenta como uma ameaça
a si mesma, num consumo canibalista, deixando-nos à mercê dos nossos instintos
mais primitivos.
E – Epidemia: A ideia do zombie como uma doença que se propaga através de
dentadas – de novo a boca como um importante elemento – não é herdeira do
folclore haitiano ou africano. No entanto, esta ideia de um vírus que se
espalha é interessante por mostrar como a estrutura de uma sociedade falha por
completo e como os governantes usam e abusam do desconhecido, especialmente a nível
das experiências científicas (lembremo-nos de Frankestein de Shelley).
F – Família: Na maior parte das narrativas de zombies a dissolução
familiar é um dos temas principais. Por norma, as famílias são sempre separadas
ou transformadas em mortos-vivos, uma poderosa metáfora para a impossibilidade
da renovação das gerações. Ao mesmo tempo, criam-se outras famílias e erguem-se
novas sociedades.
G – George Romero: Figura maior do “cinema de zombies” – se
é que podemos falar neste género ou sub-género – Romero é responsável por uma
nova linguagem na criação do zombie, uma vez que se afasta claramente do
folclore de que se tentava aproximar Bela Lugosi em White Zombie (1932). Os anos 60 do séc. XX
mostram um novo zombie, fruto de várias influências como o Gótico, as histórias
de vampiros ou a Ficção Científica, e símbolo de um novo paradigma que
influenciaria obras posteriores. Cf. Night of the Living Dead.
H – Haiti: A mitologia Zombie surge associada às práticas de vudu
neste país e relaciona-se em grande parte com a complexa história do Haiti a nível
social, cultural e, maioritariamente, político e religioso. O zombie é, neste
contexto, resultado de uma amálgama cultural que oscila entre as crenças
africanas e cristãs, mas é também uma poderosa metáfora para uma história da
escravatura.
I – Invisível: O zombie é uma ameaça inicialmente invisível, tornada visível
com a proliferação desenfreada de cadáveres. Uma figura que mostra como a
sociedade e o mundo podem quebrar quando menos esperamos. Os filmes de zombies
têm respondido a diferentes eras e períodos, centrando a sua atenção nas
contradições, medos e desejos da sociedade e tempo em que actuam. A proliferação
do sub-género a partir dos ataques de 11 de Setembro reflecte a paranóia,
ansiedade e insegurança face a ameaças desconhecidas, não apenas dos Estados
Unidos mas da sociedade contemporânea no geral.
J – Jogging: O jogging é inútil perante o zombie: inicialmente
cadáveres em decadência e lentos, são agora seres implacáveis e imparáveis.
Umas das características mais importantes quando fugimos dos zombies do novo milénio é uma resistência física
acima da média – veja-se Zombieland (2009) e as regras de sobrevivência ao
apocalipse zombie. Por isso os gordinhos são sempre os primeiros a ser comidos.
Para mais informações consultar qualquer um dos inúmeros guias de sobrevivência
ao apocalipse zombie disponíveis.
K – Karma: Ao contrário dos primeiros filmes de Romero, em que não
havia qualquer salvação possível para os vivos, os filmes mais recentes deixam
em aberto a hipótese de salvação. Contudo, também na maior parte destas obras,
os personagens com um carácter mais violento acabam por morrer às mãos de
zombies. Aliás, os filmes de zombies, a par com outros filmes que colocam a hipótese
de apocalipse, mostram o lado mais negro da humanidade. Há conflitos entre os
sobreviventes porque, mesmo por entre os destroços da civilização, a questão do
poder e controlo continua a existir.
L – Literatura: O zombie é um caso curioso, porque é um ser que salta da
mitologia e do folclore directamente para o cinema, sem antecedentes literários.
No entanto, a figura do zombie – a par da do vampiro – tem sido muito aproveitada
para pastiche literários, uma vez que clássicos da literatura inglesa e
americana ou figuras importantes dessa mesma cultura são reescritos e
interpretados à luz do universo zombie. Exemplos: Pride and Prejudice and
Zombies (2009) de Seth Grahame-Smith ou Abraham
Lincoln: Vampire Hunter
(2011), também do mesmo autor. A banda desenhada também se tem aproveitado
deles com enorme sucesso, especialmente no caso de The Walking Dead de Robert Kirkman, publicada pela
primeira vez em 2003, que originou a reconhecida série com o mesmo nome.
M – Memória: O cérebro parece ser uma parte importante no zombie, mas
apenas e só num lado primitivo – o regresso a todos os princípios – até porque
este seres não são propriamente inteligentes, algo que abona a favor dos
sobreviventes. No entanto, caso nos transformássemos todos em zombies não
restaria qualquer memória humana.
N – Night of the Living Dead: Importante filme de 1968 realizado por
George Romero que cria uma nova linguagem para o modo de compreender o zombie.
A obra do realizador americano reflectia, acima de tudo, sobre uma cultura de
consumo incapaz de parar e ser parada, o que revelava uma total descrença na
continuidade da sociedade pós-industrial. Cf. George Romero.
O – Outro: o outro que somos nós – Unheimlich, aquilo que é estranho e
simultaneamente familiar, uma vez que o zombie é a imagem de decadência, de
morte, da doença que queremos, a todo o custo, evitar, porque representa o
nosso medo natural das coisas. O zombie é o outro de quem temos medo, no qual
reconhecemos a nossa própria violência, capacidade de destruição e a morte, mas
também é metáfora para outras importantes questões como a escravatura, o modo
como algumas nações exploram os outros ou os perigos da ciência.
P – Popular: Em 1983, Michael Jackson aparece em “Thriller”, um dos mais
bem sucedidos vídeos musicais da história da música, onde dança ao lado de
zombies numa espécie de pesadelo. Este vídeo mostra, desde logo, a popularidade
que os mortos-vivos estavam a ter, até porque “Thriller” passava na emergente
MTV, o canal televisivo que viria a levar a expressão “pop” ao extremo. Nos últimos
dez anos, em particular, o zombie tem vindo a ganhar popularidade – cf. Literatura ou Warm Bodies – especialmente graças a um
revivalismo por parte do cinema e da televisão. Por sua vez, os novos meios
democratizam a experiência zombie – cf. You can make your own zombie – fazendo com que o terror, o
medo, o horror entre em nossas casas, tornando-o popular, para além da óbvia máquina
publicitária: existem todo o tipo de produtos sobre zombies à venda. Na
realidade, o zombie é popular porque, tal como o vampiro, desafia as nossas
crenças e explora o nosso estranho prazer associado ao gore, os nossos maiores medos e o
estranho apelo que um hipotético mundo pós-humano exerce sobre a nossa consciência
colectiva.
Q – Questionamento: O aparecimento do zombie no cinema e a
sua crescente popularidade fazem dele um das figuras mais importantes para
questionar a contemporaneidade, funcionando como elemento revelador do nosso
lado mais violento e apresentando verdades terríveis sobre a existência humana.
Da mesma forma, o zombie questiona os erros cometidos pelos governos ou por
aqueles que, com algum poder, tomam as decisões erradas. Colocando a questão “e
se?” é possível perspectivar o que poderá vir a acontecer e tentar evitá-lo. Ou
talvez não…
R – Recomeçar: Numa sociedade profundamente desigual, o zombie devolve a
igualdade a todos: sem consciência do que são, sem reconhecimento das suas
diferenças, este ser nivela as disparidades existentes, criando uma igualdade
que é também uma hipótese de recomeço para os que estão vivos. Surgem novas
comunidades que podem recomeçar de novo e evitar os erros cometidos
anteriormente. Sem nenhuma instituição política para nos governar, o que resta?
Como iremos sobreviver?
S – Sobrevivência: Em primeiro lugar, interessa sobreviver
e o mundo zombie apocalíptico traz à superfície os instintos primitivos da
humanidade. De um lado, os mortos-vivos em busca do seu alimento – aqueles que
ainda estão vivos – e, do outro, os vivos em busca de cumprir com as suas
necessidades básicas, para além de toda e qualquer moral. E o nosso fim começa
aí. Cf. Vida.
T – The Walking Dead: Uma das séries sobre zombies mais
aclamadas dos últimos tempos. Baseada na banda desenhada criada por Robert
Kirkman, The Walking Dead,
centra-se em
temas como a solidão, a família, a morte, o apocalipse, teorias da conspiração,
o horror, mas também a esperança e a possibilidade de um novo mundo que só é
possível eliminando (quase) todo o mal. Contudo, a questão permanece: se o vírus
já existe dentro de cada um de nós – fazendo assim de cada humano um potencial
zombie – o que terá acontecido? Será esta uma experiência científica?
U – Urbano: O zombie é, por excelência, um ser urbano, porque é aí que
se concentra a maior parte da população e, portanto, mais comida. É também nas
grandes metrópoles que encontramos os símbolos de consumo: supermercados,
centros comerciais, grandes empresas, indústrias ou bancos; mas também as
instituições responsáveis pelas leis que regem a sociedade: governos, tribunais
são eliminadas, bem como a tecnologia – essencial para a vivência contemporânea
– desaparecem mostrando, por completo, todas as nossas fragilidades.
V – Vida:
Por oposição à Morte. Zombie é um ser “entre” a vida e a morte e talvez seja
impossível recuperar a parte viva do morto-vivo. Em última análise, o zombie
reflecte sobre a perda do lado humano, sobre o monstro que outrora foi humano e
talvez seja essa uma tragédia maior. Essa monstruosidade não é relativa apenas
ao zombie, que partilha algumas características com outros undead, como o vampiro. Cf. Sobrevivência.
W – Warm Bodies: Filme lançado em 2013. Apesar de ser um
filme que não foi bem aceite pela crítica, é interessante notar que se trata de
uma obra que mostra a perspectiva do zombie com algum tipo de consciência básica.
Esta ideia implica que o zombie, afinal, não é um ser assim tão primitivo, e,
mais do que isso, que a sua humanidade não lhe foi roubada por completo. Longe
da solução passar por encontrar um antídoto baseado na ciência para resolver a
situação, a narrativa procura um remédio sentimental ao fazer com que um zombie
– que aqui são bastante inofensivos – se apaixone por humana e o seu coração
volte “literalmente” a bater. Warm Bodies é interessante porque mostra que o género
ou sub-género não é estanque e que a figura do zombie está em constante evolução.
Veja-se também o exemplo de Fido (2006).
X – Xamanismo: A “teoria da morte”, no vudu, defende que o ser humano é
composto por um suporte material e dois “princípios espirituais”, que são
chamados gros bon ange e
petit bon ange.
O primeiro assemelha-se à noção de alma do cristianismo e pode ser capturado,
permitindo assim o controlo do corpo desprovido de consciência: aquilo que
conhecemos como Zombie.
Y – You can make your own zombie: São inúmeros os sites e vídeos no
Youtube que ensinam técnicas de maquilhagem e formas de desenvolver versões
criativas dos zombies. Existem vários fóruns de fãs que discutem os episódios
de The Walking Dead e
também sites dedicados à experiência zombie e a testemunhos de pessoas que já
tiveram contacto com mortos-vivos. No caso da cultura americana – e também em
Portugal – chegam, inclusive, a existir zombie walks, encontros “sociais” de zombies,
como uma espécie de “flash-mob” dos mortos-vivos, (Cf. Castle, S4E2 – “Undead Again”, 2009).
Estes eventos, por vezes, também assumem o formato de confrontos entre zombies
e humanos (criando uma realidade alternativa que se aproxima de videojogos como
Resident Evil)
ou de corridas de obstáculos em que o objectivo principal é evitar ser comido
pelos zombies. Todos nós podemos ser zombies, basta querer. Estes jogos e
corridas tornam-se populares porque permitem experienciar um cenário apocalíptico
e de sobrevivência. Cf. Popular.
Z – Zombie: Uma definição de Zombie inclui as seguintes leituras: 1)
corpo animado que se alimenta de carne viva; 2) um feitiço vudu que faz viver
os mortos; 3) (informal) palavra utilizada para descrever uma pessoa que anda
muito devagar ou está pouco consciente da realidade que a rodeia especialmente
porque aparenta estar muito cansada. As origens de zombie remontam ao séc. XIX,
sendo uma palavra originária da África Ocidental que se aproxima à palavra
Kimbundu “nzúmbe”, que significa fantasma. Inicialmente ligado ao vudu e à
magia, os zombies contemporâneos – graças a George Romero – tornaram-se parte
integrante da cultura popular. Magia, epidemias ou tecnologia podem ser responsáveis
pela criação de zombies em cenário apocalíptico, pondo em risco a sobrevivência
da humanidade que vê no zombie o seu outro.
Bibliografia Zombie (alguns exemplos):
Bishop,
Kyle William. (2010). American Zombie Gothic: The Rise and Fall (and Rise)
of the Walking Dead in Popular Culture. Jefferson: MacFarland & Company,
Inc.
Boluck,
Stephanie & Lenz, Wylie. (eds.) (2011). Generation Zombie: Essays on the
Living Dead in Modern Culture.
Jefferson: McFarland & Company, Inc.
Brooks,
Max. (2004). The Zombie Survival Guide: Complete Protection from the Living
Dead. London:
Duckworth Publishers.
Christie,
Deborah & Lauro, Sarah Juliet. (eds.) (2011). Better off Dead: The
Evolution of the Zombie as Post-Human. Bronx: Fordham University Press.
Flint,
David. (2009). Zombie Holocaust: How the Living Dead Devoured Pop Culture. London: Plexus Publishing.
Greene,
Richard & Mohammed, K. Silem. (eds.) (2008). The Undead and Philosophy:
Chicken Soup for the Soulless.
Chicago: Open Court Publishing.
Lowder,
James. (ed.) (2011). Triumph of the Walking Dead: Robert Kirkman’s Epic on
Page and Screen.
Dallas: Smart Pop.
Seslick,
Dale. (2010). Dr Dale’s Zombie Dictionary: The A-Z Guide to Staying Alive. London: Allison
& Busby.
Filmografia Zombie (alguns exemplos)
28 days later, realizado por Danny Boyle, 2002.
28 weeks later, realizado por Juan Carlos Fresnadillo,
2007.
Dawn of the Dead, realizado por George Romero, 1978 (há um
remake de Zack Snyder, 2004)
Exit Humanity, realizado por John Geddes, 2011.
Fido,
realizado por Andrew Currie, 2006.
I am Legend, realizado por Francis Lawrence, 2007.
Night of the Living Dead, realizado por George Romero, 1968.
Planet Terror, realizado por Robert Rodríguez, 2008.
Resident Evil, realizado por Paul W. S. Anderson, 2002.
Shaun of the Dead, realizado por Edgar Wright, 2004.
The Walking Dead, criado por Frank Darabont, 2010 -.
Warm Bodies, realizado por Jonathan Levine, 2013.
White Zombie, realizado por Victor Halperin, 1932.
World War Z, realizado por Marc Foster, 2013.
Zombieland, realizado por Ruben Fleischer, 2009.
Gostaria de complementar alguma da informação aqui disponibilizada, com algo que acho pertinente, relativamente às temáticas Haiti e Xamanismo, com uma referência à também muito popular série American Horror Story. Apesar de não ser uma série de zombies, como é The Walking Dead, American Horror Story, na sua terceira temporada, que terminou no final de janeiro e com o subtítulo Coven apresenta precisamente uma cena de zombies. Em termos muito gerais, Coven retrata a sobrevivência de bruxas da actualidade que são descendentes das bruxas de Salem. No quinto episódio de Coven, intitulado "Burn, Witch, Burn", temos uma representação de uma horda de zombies, mas não como estamos habituados a vê-los. Estes são aqui comandados por Marie Laveau (Angela Bassett), rainha voodoo, inspirada precisamente numa mulher com o mesmo nome que viveu durante século XIX, em Nova Orleães, Louisiana. Laveau invoca esta horda de zombies para atacar a casa onde estão hospedadas as bruxas e na qual habita também a sua rival, Fiona Goode (Jessica Lange), tentando exterminar as poucas bruxas restantes em Nova Orleães. Neste episódio achei particularmente interessante terem representarem os zombies deste modo, porque apresenta algo que não é habitual actualmente, e que se relaciona precisamente com os pontos referidos pelos professores.
ResponderEliminarNo vídeo abaixo é apresentada a cena referida bem como o modo como foi feita a caracterização dos zombies.
http://www.youtube.com/watch?v=jB4-NmPUsIc
Carlos Henriques, nº46531
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarCaros alunos,
ResponderEliminarAqui fica, em jeito de provocação, o link da cena do episódio de "Castle": https://www.youtube.com/watch?v=CI2EehEY0ho
Esperamos que tenham gostado da nossa aula.
Ana Daniela e José Duarte
1. Quando é que começou a interessar-se pela cultura zombie?
ResponderEliminar2. Em que medida o zombie representa os nossos medos e ansiedades recalcados?
3. Acha possível um representação de um zombie que consiga pensar e sobretudo sentir como em Warm Bodies?
Andreia Camacho
Could the “cured” or “nice” zombie (In the Flesh, Warm Bodies, iZombie) be compared with the way vampires (Vampire Diaries, Twilight, True Blood,…) went through this change? (and other supernatural beings)
ResponderEliminarCould the idea of zombies be considered a punishment for wanting life after death or eternal life? How does it correspond with vampires?
Why are there more deaths caused by humans than zombies in zombie movies/tv series? Are people who are incapable of cooperating a recurring theme throughout zombie related culture?
Are zombies ever capable of forming hierarchies or are they always just a mindless mass?
Are there any other supernatural beings who are as popular/important as zombies or could become so in the future?
Sandra Kert
The most striking scene in this video depicts the audience mechanically eating popcorn while at the movie: just like the zombies eat people so do they eat popcorn. This is consumerism at its best. Zombie genre represents a dehumanized society where everything has to be "fast and now". The other is completely ostracized. The profit and pleasure are ahead of all. The words of Vincent Price, however, give us back some hope:
ResponderEliminar"Darkness falls across the land
The midnight hour is close at hand
Creatures crawl in search of blood
To terrorize y´alls neighbourhood
And whomsoever shall be found
Without the soul for getting down
Must stand and face the hounds of hell
And rot inside a corpse´s shell"
In this "modern" society of consumerism, those who are willing to change it, can. This sound like a step for man to rewrite his narrative of life and think "what really matters in this life and what is truly important"
Marta Martins Ferreira