segunda-feira, 2 de março de 2020

aula de 4 de março - discursos publicitários e semiótica, sala B3


Acrescentar a este post comentários sobre interessantes mecanismos e/ou categorias de análise que tenham aprendido e como se aplicam ao exemplo concreto da análise de imagem que fizeram.



14 comentários:

  1. No colóquio que ocorreu dia 4 de março, no âmbito de análise de discursos publicitários, foram mostrados vários tipos de anúncios (desde fotos, a vídeos e desenhos) que os três professores que fizeram a apresentação trouxeram para nos mostrar, de forma a nos explicarem várias formas de analisar as publicidades.
    O primeiro professor, Carlos A.M. Gouveia, mostrou-nos duas publicidades: ambas eram de uma marca de cerveja, e uma tinha a legenda “out in the kitchen…” em que podíamos observar vários homens dentro de uma cozinha a beberem a cerveja, e o outro anúncio apresentava dois homens, também ambos a beber cerveja, mas estes estavam bastante próximos e o cartaz possuía a legenda “great to see you out”. Ou seja, ambos os anúncios de cerveja tinham na legenda a palavra “out”, mas usada em diferentes sentidos: no primeiro, havia a contradição entre “out” e “in”, o que acabava por significar que estavam dentro da cozinha, enquanto que no segundo anúncio a palavra “out” poderia estar a referir-se à ideia de “out of the closet”, ou seja, os dois homens serem livres e abertos quanto à sua homossexualidade, por estarem próximos e agarrados um ao outro de forma íntima na fotografia. Com isto, aprendi que devemos estar atentos ao texto de uma imagem (se esta o possuir) e, se houver outras imagens de comparação, comparar também os textos para ver se têm algo e comum (ou o que têm de diferente).
    A segunda professora a apresentar a sua análise publicitária, mostrou-nos dois anúncios, desta vez em vídeo, da manteiga “margarina”: o primeiro era em animação, e tratava-se de uma família em que a filha não sabia dos sapatos, o pai não sabia da gravata, e ambos quando chegaram à mesa não sabiam da manteiga. Mas, assim que a mãe a encontrou, ficou tudo bem, ou seja, o anúncio queria passar a ideia de que a “margarina” como que resolve os problemas. No segundo anúncio, já era uma filmagem com pessoas, e tratava-se de um casal. Esta publicidade acabou por ser mais sensual, sendo o oposto do primeiro anúncio. O que aprendi com esta apresentação foi que a marca “margarina” com o primeiro anúncio, queria chamar a atenção e obter a venda do produto a famílias, e com o segundo quis inserir outra parte da população, uma população mais jovem. Aprendi também que devemos, na análise, mencionar também o que as “personagens” fazem e como o fazem, tal como referir e descrever o espaço em que a ação está a decorrer.
    A terceira e última professora a apresentar, Diana V. Almeida, trouxe-nos uma publicidade bastante interessante da marca “skechers”: trata-se de uma fotografia em que vemos uma mulher negra, sentada, a segurar os ténis na mão e com a legenda “because sometimes, a girl’s gotta walk.”. A professora mencionou o facto de esta publicidade a irritar mesmo, e eu percebo o porquê: possui erros ortográficos e passa a imagem de que a mulher não faz nada, nem sequer andar. Porém, achei interessante a sua análise em que delineou a imagem numa folha à parte e parecia que a mulher era uma sereia.
    Com isto, percebi que existe muito por onde analisar imagens, desde a legendas, a formas que possam existir que não são tão visíveis à primeira observação, e significados mais aprofundados na imagem, em que temos de a observar bem, até mais que uma vez para a decifrarmos. Percebi, portanto, que na minha análise de imagem do quadro “The Man of the Crowd”, devia ter analisado mais não só o homem que se destacava, mas sim todas as outras pessoas presentes na imagem, a forma como estavam vestidas, e relacioná-la melhor com o texto.

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  2. Dia 4 de Março, houve um colóquio sobre a análise de discursos publicitários. Três professores analisaram 3 tipos diferentes de anúncios publicitários seja pelo formato de imagem ou vídeo.
    Todos os anúncios tinham a ver com objetos de consumo: vestuário (Skechers), comida (manteiga) e bebida (Cerveja).
    O primeiro professor analisou publicidade de cervejas começando com um anúncio da Budweiser (1962), cujo slogan era "Out in the kitchen". Ao analisar o anúncio, podemos ver a ironia dele quando a cozinha, no tempo em que o anúncio foi feito, trata-se de um universo feminino que neste caso tinha sido usurpado por homens. Nos anúncios seguintes, todos de bebidas alcóolicas, são utilizadas figuras públicas como o actor Kevin Mc Kidd para tornar a publicidade mais apelativa. Sempre com o recurso á sexualização do corpo feminino ou á hipermasculinização. No entanto no último anúncio da Miller Lite o casal presente é homossexual e não é fetishizado de qualquer maneira, mostrando assim que o mundo da publicidade vai tentando evoluir com o tempo em que se encontra.
    A segunda professora analisou 3 anúncios de manteiga: 2 da Planta e 1 da Família Margarina. Os anúncios da Planta eram em formato vídeo e eram completos opostos. Enquanto o primeiro enaltecia a mulher como dona de casa, o segundo sexualizava o corpo masculino. Ao tentarem combater o machismo das campanhas publicitárias, fizeram exatamente o mesmo com o homem.
    A terceira e ùltima professora que ouvimos trouxe um anúncio da Skechers na qual observamos uma modelo negra sentada, com um vestido curto e justo ao corpo, carregando uns ténis rosa na mão. Desde ao slogan "Because sometimes, a girl's gotta walk.", á posição e roupa da modelo, tudo demonstra uma imagem da mulher que é muito diferente da realidade: uma pessoa fútil, com roupas sedutoras e que não faz nada da vida.
    Com as análises dos professores aprendi bastantes ferramentas para analisar imagens, vídeos ou seja o que fosse. Desde ás legendas, ás ações, á utilização de certas cores, tudo é importante, basta sermos ativos pensadores.

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  3. Ao estar presente no colóquio sobre discursos publicitários: semiótica, multimodalidades e visualidades adquiri novos mecanismos e elementos de análise de imagem que poderei aplicar na minha imagem escolhida, ilustração de The Man of the Crowd, como por exemplo as ações, os modos e o espaço, elementos de análise de imagem da semiótica social, a corporeidade, e a relação da imagem com o texto.
    Nesta imagem observamos três ações principais: o homem em primeiro plano a esconder-se por entre a multidão com ar desconfiado, o casal mais atrás a falar e o homem ao lado da mulher que aparenta olhar para esta. Relativamente aos modos, o homem principal está assustado, aparenta terror na sua expressão, o casal parece feliz e o resto da multidão tem um ar misterioso e grotesco. Esta multidão encontra-se num espaço muito apertado e confinado o que causa claustrofobia à audiência, intensificada ainda mais pela expressão assustada e desconfiada na cara do homem. Por fim, a corporeidade nesta imagem, observando o homem em primeiro plano, atua como uma janela para a alma deste homem, ou seja, este homem apresenta-se com uma linguagem corporal muito fechada, este está corcunda e muito fechado em si o que ilustra o seu estado de alma. Desconfiado e assustado, não é claro se este tenta esconder algo ou se está com medo de alguém, o seu corpo traduz isto mesmo.
    No que toca à relação da imagem com o texto, esta imagem é uma ilustração muito fiel ao texto, embora mais explícita e simbólica. Enquanto no texto o homem da multidão é representado pelo narrador como alguém maléfico e criminoso, na imagem a representação deste é mais ambígua, sendo que não é percetível se este está com medo de alguém, ou se é este quem provoca o medo.

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  4. No colóquio realizado a 4 de Março, no âmbito dos discursos publicitários (semiótica, multimodalidades e visualidades), foram apresentados diversos mecanismos e categorias de análise de imagem - que apesar de consistentemente focados na publicidade, também permitem a sua aplicação às imagens analisadas no exercício escrito em aula. Tendo em conta a imagem por mim escolhida - "Little Sure Shot", de Morgan Weistling - achei pertinente focar este novo exercício na análise dos elementos do discurso presentes no retrato, e alguns dos simbolismos a estes relacionados.

    Primeiramente, é possível constatar diferentes ações a ocorrerem simultaneamente, e o modo como os atores desta obra as encaram: a rapariga, Annie Oakley, a mirar fixa e firmemente o seu alvo de ataque; os homens a cavalo e a audiência a observá-la de forma atenta e ansiosa. A predominância da cor (tons fortes do amarelo e do azul) enfatiza o que é, provavelmente, o entardecer do dia; e o uso de uma figura conhecida, a própria Annie Oakley, destaca a importância do evento e o seu simbolismo - uma mulher, numa competição de tiros, realizada numa época onde este tipo de espetáculos era maioritariamente dominado pelo sexo masculino.

    Assim, é possível conectar os recursos utilizados e a apresentação dos atores com a época representada na obra: o longo vestido, com tons amarelados e um estampado floral usado por Oakley, em conjunto com as suas luvas e botas, e o seu chapéu de "cowboy/cowgirl", símbolo do Velho Oeste; os homens a cavalo e a audiência, igualmente com o seu vestuário e chapéus de época; a mesa com as armas usadas pelos concorrentes, aptas para a competição; e, por fim, a bandeira dos Estados Unidos da América na fundo do lado direito da imagem - um dos maiores representantes do nacionalismo americano e do "Wild West" do século XIX.

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  5. Após a minha presença no colóquio de dia 4 de maio, posso dizer que adquiri novas ferramentas de análise de imagem. Penso que não seja tão pertinente referir os anúncios que cada professor analisou ao certo, uma vez que os assuntos dos mesmos não têm muito a ver com a imagem analisada (ilustração do The Man Of The Crowd), mas sim aquilo que eu retirei e que posso utilizar em futuras análises.
    Embora os três professores apresentassem anúncios bastante diferentes, as ideias de como realizar uma análise de um discurso, sendo este imagem ou vídeo, são bastante semelhantes. Já tinha conhecimento de muitos dos pontos mencionados (como a importância da cor, o foco da imagem, etc.), no entanto, existem outros aos quais eu não tinha dado tanta importância.
    Sendo assim, dos aspetos que foram mencionados, penso que devia ter mencionado, enquanto realizava a minha análise:
    - a interpretação direta do interlocutor, ou seja, o “gaze” ou olhar, em que no caso do exercício, o nosso olhar é levado diretamente para 3 pontos: a personagem em primeiro plano, o homem, para a multidão, mais em especifico, o casal em segundo plano, e ainda para as luzes em terceiro plano – importância da cor e da luz;
    - a corporalidade (ou corporeidade) das personagens, que se interliga com outro ponto, mencionado pela segunda professora em relação à análise de vídeo, que é as ações das personagens, em que no caso do homem em primeiro plano se apresenta bastante “fechado”, isto é, cobre-se com a roupa, está de cara virada contra a multidão de modo a que não o vejam, e no casal em segundo plano que se demonstra feliz, a rir, assim como a multidão atrás;
    - a procura de significados figurativos e não apenas literais, isto é, em conexão com o texto, em que podemos retirar a ideia de que se calhar o homem em primeiro plano, uma vez coberto pelo casaco e chapéu, pode estar a tentar esconder-se da multidão, por medo ou por não se integrar num especifico estatuto social, como é referido no texto em que o narrador não o consegue colocar em nenhum.
    Embora estes três pontos sejam aqueles que achei mais importantes, e que talvez não referi anteriormente na minha análise, adquiri ainda outros que possivelmente me poderão ser proveitosos na análise de vídeo (como os diferentes elementos do discurso explicitados pela segunda professora – ação, modo, atores, apresentação, recursos, tempo e espaço - e como observar imagens versus vídeos, em que a grande diferença é o movimento).

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  6. Cruzando os conhecimentos adquiridos no colóquio com a análise da imagem de Annie Oakley, posso acrescentar o modo como todo o recinto está focado nas acções da protagonista, é ela o centro de todas as atenções, é a ela que não só o autor da imagem dá primazia, mas que toda a multidão também observa, ela por seu lado está solitária, isolada, só ela e o seu objectivo, o ângulo de que é retratada remete-nos para o céu, para o idílico, apesar de ter toda a atenção do mundo, ela é um estado ideal, alguém que se destaca, está acima do mundo e do vulgar, é extraordinária, sem limite.
    A imagem é uma representação recente, talvez um olhar nostálgico sobre um passado não muito distante, onde a luta do género feminino estava ainda mais dificultada, era ainda mais árdua, e a sua luta pela afirmação e independência tinha de passar por ser melhor que qualquer homem além de qualquer contestação, tinha de fazer o que homem algum faria, tinha de ser excepcional, ou não lhe seria dado crédito, até ter todo o recinto a olhar para ela certamente foi ridicularizada, escarnecida, humilhada, mas por persistência e provas dadas conseguiu vencer num mundo de homens, tornando-se melhor que eles, teve de prescindir de parte de si, mas foi esse o preço da sua identidade.
    Na penumbra estão as flores que ornamentam a sua saia, um detalhe que facilmente passa despercebido, algo com que um homem neste contexto dificilmente se enfeitaria, mas parafraseando uma personagem feminina de John Ronald Ruel Tolkien, talvez também ela pudesse dizer orgulhosa "I am no man!"

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  8. Na passada quarta feira (4 de Março) decorreu um colóquio sobre discursos publicitários, semiótica, multimodalidade e visualidades. Foram então analisados vários anúncios publicitários por três professores.

    O primeiro professor analisou anúncios relacionados ao consumo de cerveja. O primeiro anúncio analisado foi evidenciado o slogan ´´Out in the kitchen...´´, juntamente com a imagens de quatro homens com pelo menos uma cerveja na mão. Foi também analisado um anúncio de cerveja associado a uma figura pública (Kevin Mckidd), mais uma vez com um copo de bebida na mão, para incentivar à compra do produto. O anúncio seguinte apresentava a imagem de dois homens com demonstrações de carinho, com a bebida anunciada nas mãos e com o seguinte slogan: ´´Great to see you out.´´ Foi possível analisar as mudanças sociais dos anúncios, sendo que no primeiro analisado usou-se o termo ´´Out in the kitchen´´ e não era habitual no ano em que a publicidade em questão foi lançada (1962) homens conviverem numa cozinha. No último anúncio, o mais recente, foi possível analisar mais uma vez a palavra ´´out´´ no contexto de ´´out of the closet´´, relacionado à homossexualidade devido a demonstrações de carinho masculinas, o que não era visto sem controvérsia à alguns anos atrás. No entanto, o ato de beber continua a ser bastante associado ao sexo masculino. Beber ainda é uma ação pública de convívio e os anúncios utilizam essa ação como algo que pode ser reproduzido se um determinado produto for consumido.

    A segunda professora deu-nos a conhecer elementos de discurso e fatores importantes que ajudam na análise de vídeos e imagens publicitarias como a ação, o tempo, o espaço, a apresentação, os recursos, os modos e os atores. Focou-se na análise de vídeos publicitários, mas também analisou uma imagem da Família Margarina. Essa imagem de uma publicidade antiga representava uma família reunida com a ideia de família perfeita, caucasiana, heterossexual e de classe média. De seguida, foi-nos mostrado um vídeo de uma campanha publicitária da Planta de 2016. Depois a professora relacionou os elementos vistos no vídeo com fatores como o espaço, o tempo, etc. O mesmo foi feito com o vídeo publicitário seguinte, também da Planta mas de 2017. No anúncio de 2017, bastante diferente do de 2016, encontrava-se um casal erotizado. O anúncio teve alguma controvérsia por não ser somente sobre a figura feminina como uma mãe e esposa com a solução para todos os problemas domésticos, e ainda, sem se deslocar da área da sua casa para o emprego. Pois a Planta tem um público alvo que envolve quem não se sinta identificado com o anúncio de 2016. No entanto, houve um contra discurso que teve repercussão, isto é, rebate a ideia da objetificação da mulher ao objetificar o homem.

    Por fim, a última professora a apresentar no colóquio focou-se na análise de uma imagem publicitária relativamente à marca Skechers. A imagem apresentava uma figura feminina mulata com um vestido azul justo, com sapatos de salto alto calçados e a segurar o produto, uns ténis. Além disso, tinha o slogan ´´because sometimes, a girl´s gotta walk´´. A professora demonstrou irritação perante a imagem, não só pelo erro ortográfico do slogan, como também por transmitir a ideia de que a mulher não faz nada por não se movimentar no anúncio. A sua análise ressaltou alguns aspetos importantes, como a mulher ter um formato de sereia, a ideia da sexualização de corpos híbridos e a infantilização da figura feminina (´´girl´´), sendo que a modelo aparentava ser uma mulher adulta.
    Neste colóquio, aprendi que representações realistas dão lugar a questões simbólicas. Além disso, aprendi algumas ferramentas que poderiam ter sido úteis na análise de imagem de Annie Oakley ´´Little Sure Shot´´, como a expansão cromática do uso da cor ao longo dos anos que ajuda a perceber a mudança social e os elementos de discurso nomeadamente o espaço, recursos, modos, ação, tempo e apresentação.

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  9. O colóquio assistido no passado dia 4 de março, focou-se na análise de discursos publicitários através da análise de semiótica, multimodalidade e visualidade(s).
    Através da apresentação dos professores, adquiri novos conhecimentos, nomeadamente: a noção de discurso, a análise do discurso, quais são os elementos do discurso (ações, modos, atores, apresentação, recursos, tempo, espaço), questões relacionadas com os anúncios (como a identidade de género, corporalidade, feminismo), questões de modalidade (como as representações realistas dão lugar a representações mais simbólicas; a interpelação direta do interlocutor - gaze; a predominância da cor), o simbolismo que é transmitido, a importância de uma legenda ou de um texto e a sua relação com a imagem, entre outros. Achei particularmente interessante o modo como todos os professores relacionaram o tema discutido com anúncios que suscitam perguntas pertinentes.
    No entanto, o importante é discutir a imagem que anteriormente analisei, "The Man of the Crowd" de acordo com os novos conhecimentos que adquiri. Deste modo, posso analisar agora os elementos da imagem de outra perspetiva:
    - ações: podemos ver uma multidão descer uma rua lotada de pessoas;
    - modos: desconfortavelmente (visto que o espaço pessoal é praticamente inexistente), tranquilamente (a maior parte das figuras não aparentam estar aflitas e/ou frenéticas), estranhamente (a figura do canto inferior direito parece ter uma reação diferente das restantes);
    - atores/figuras ilustradas: casal, homens, mulheres, e uma figura significativamente mais importante, o "the man of the crowd", que é para onde o "gaze" do espetador se dirige, e que, ao contrário do casal sorridente, transmite mistério, infelicidade e indignação.
    - apresentação: todas as figuras ilustradas se apresentam bem vestidas e formais, incluindo o "the man of the crowd";
    - tempo: noite;
    - espaço: rua de uma cidade.
    Algo que não referi no exercício de análise de imagem e que depois do colóquio percebi como influencia o modo como analisamos uma imagem, é a sua legenda ou o seu texto de referência; neste caso, a imagem é relacionada com o texto "The man of the crowd", de Edgar Allan Poe, e ao relacionarmos os dois, temos uma análise muito completa da imagem, sendo que o texto nos permite perceber o porquê da apresentação da figura ilustrada na imagem e a diferença que a mesma tem com as outras figuras ilustradas (desde a sua pose, à sua expressão facial) - esta figura sobressai-se das restantes, e talvez por essa razão, posso atribuir-lhe um simbolismo que anteriormente me passou despercebido (o facto de que todas as figuras representam estatutos sociais referidos no conto de Poe, mas que o homem estranho pode ser a representação das pessoas que não se identificam com nenhum estatuto social específico e que tentam passar despercebidas).
    Apesar dos professores terem discutido outros importantes aspetos, estes foram os que me parecem mais interessantes e que faziam sentido com a imagem anteriormente escolhida.

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  11. No passado dia 4 de Março, ocorreu um colóquio que visava a análise de discursos publicitários por intermédio da semiótica, multimodalidade e visualidades. Um dos mecanismos que mais me chamou à atenção foi a anatomia do discurso, nomeadamente os elementos que o compõem, como por exemplo: as ações, os modos, os atores, a apresentação, os recursos, o tempo e o espaço. Todos eles permitem uma análise mais profunda. Assim sendo, é possível analisar a imagem de Annie Oakley recorrendo a estes mesmos mecanismos. No que diz respeito às ações temos o pegar na arma e o andar a cavalo. Nos modos temos a tranquilidade no rosto da figura feminina, ou seja, pega tranquilamente na arma. Relativamente aos atores existe o destaque para Annie Oakley, mas existe uma multidão e três cavaleiros no fundo. A apresentação da rapariga é típica de “Wild West Show”, visto que tem um vestuário com muitas farripas, um chapéu e umas botas muito associadas a este estilo. O principal recurso é a arma. Por fim, o tempo remete para uma tarde e o espaço para um “Wild West Show”.
    Em suma, o colóquio mostrou que por detrás de cada imagem, vídeo ou discurso existe sempre uma mensagem e que, grande parte das vezes, a mesma está “entre linhas”. De modo a passar estas mensagens, recorrem a diversos meios e mecanismos, tais como: uso de cores, símbolos, pequenos textos ou frases e focos que direcionam o nosso olhar (gaze).

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  12. Imagem analisada na aula: ''The Man of the Crowd'' de Fritz Echenberg.

    Um elemento que me chamou à atenção e que foi mencionado no início do colóquio foi o processo que constrange a estrutura do discurso (neste caso, da imagem analisada).
    Parece-me justo dizer que Fritz Echenberg tentou capturar a essência da história de Edgar Allan Poe numa ilustração. Ele pegou numa história com cerca de 12 páginas (que também tem associada algumas restrições) e encaixou-a numa imagem. A mensagem é assim constringida devido ao medium usado para a comunicar. A mensagem é também mais subjectiva e sujeita a diferentes interpretações, ou seja, é plural. Assim, o autor da imagem é económico e preciso, pois tem um espaço muito limitado que reforça a ideia de que tudo o que está na imagem tem um propósito.

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  13. Com o colóquio de dia 4 de Março, realizado pelo professor Carlos Gouveia, a professora Diana Almeida e a professora Sónia Frota, consegui obter uma nova visão da Imagem do The Man of The Crowd.

    Podemos claramente reparar na predominância visual em contraste com a modalidade verbal que, num primeiro olhar, não existe visto que é união baseado num conto de Edgar Allan Poe. Porém, tudo o que a imagem nos dá nos remete ao conto.

    Algo que gostaria de chamar a atenção para são todas as camadas da imagem que resultam que a mesma seja claustrofóbica e que de certa forma induz o sentimento de paranóia. Numa primeira camada, ou aquilo que vemos primeiro, é a figura do homem, em particular os seus olhos. Para além disso, toda a sua linguagem corporal (corporeidade) mostra medo e que a personagem é contido na sua própria pessoa. Na segunda camada temos então a multidão que o ignora e por último temos o plano da luz que se encontra predominantemente na parte superior, ou seja no plano do ideal, enquanto que o homem se encontra no plano do real.

    Contudo, para terminar, gostaria de realçar a ambiguidade da imagem com o texto porque no texto este homem é descrito como um criminoso mas nesta imagem não conseguimos distinguir se o rosto franzido da figura se encontra desta forma pela sua natureza vil ou se pelo medo que sente por estar a ser perseguido.

    Bárbara Saraiva

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