quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Batman (Book I and II)

Comment on:

- narrator(s) and point of view - how the visual and verbal interact to complexify these categories

- representations of the city in terms of ideology, race, class, gender...

- raccord and visual rhyme - are these conceps applicable to the way your reading relates images?



1 comentário:

  1. - Narrador(es) e pontos de vistas -
    A figura do narrador, enquanto sujeito da narração, é volátil nesta obra. Não existe um narrador ausente e omnisciente, pelo contrário, o narrador é sempre presente e subjectivo (quer no limite das informações que pode narrar, quer nas subjectividades que insere na narração).
    O que complexifica a figura do narrador em The Dark Knight Returns é que nenhuma personagem ou entidade retém a qualidade fixa de narrador, esta transpõe-se de personagem em personagem conforme os eventos narrados, e mesmo dentro dos mesmos. Esta categoria é também abalada (na sua componente verbal) pelo facto de toda esta "narração" ser indirecta vs. ser directa, i.e., não há uma descrição dos acontecimentos, mas sim um comentário destes, ou apreciações destes que nos permitem compor e/ou acrescentar à cena.
    A componente visual é essencial para falar da narração nesta obra. Grande parte da ação é transmitida pela imagem (é o caso, por exemplo, com o local da ação), e é a interação entre o visual e estes "comentários" feitos na primeira pessoa que nos transmite toda a complexidade da narrativa (quer a nossa apreensão da história, quer a nossa apreensão das subjectividades interativas dos personagens). O visual é importante aqui também porque, por regra, estas "narrações" são feitas em quadrados (para se diferenciarem dos balões de fala) e acarretam cores, associáveis facilmente aos personagens a cujo texto pertence (verde para o Joker, azul para o Super Homem, amarelo para a Robin, etc).

    - Representações da cidade -
    O tecido social da cidade de Gotham vai-nos sendo transmitido ao longo de The Dark Night Returns. De destacar sao as questões de raça e de género: a presença de pessoas não brancas é mínima ao longo da obra, e não existe presença feminina em nenhum papel de destaque (à excepção da nova Robin, que se encontra num papel tradicionalmente masculino, e subordinada na sua relevância narrativa à sua relação com o e idolatração do Batman e da nova comissária da polícia, que é inexplorada e retratada unidimensionalmente).
    É-nos apresentada uma população tacanha e egocêntrica (por exemplo, no vendedor frequentemente entrevistado) e socialmente retrogada (comentários homofobicos de um entrevistado, "hope [batman] goes after the homos next", ou um deslize sexista do Gordon "[oh god], a woman..." ao comentar a nomeação da nova comissária, são exemplos), uma elite incompetente e conformada com os seus privilégios (por exemplo, o presidente da câmara), e uns media sensacionalistas.

    Alice Cunha

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