domingo, 9 de fevereiro de 2020

TPC 12 Fev: Análise de Imagem

Tendo em conta todos os elementos de análise de imagem e possíveis relações textuais, escolha uma das seguintes imagens para analisar:

1. Harry Clarke, ilustração de 1923 para "The Man of the Crowd"

2. Buffalo Bill e Sitting Bull - imagem promocional para Wild West Show, 1885




9 comentários:

  1. Análise de imagem 1:
    • Tipo de imagem: figurativa
    • Elementos sensoriais: maioritariamente tons de castanho, vermelho e amarelo; transmite terror, sujidade e decadência.
    • Elementos estruturais: o que está à direita é mais aterrorizante que o que está à esquerda; o que está acima é mais limpo e pacífico do que o que está abaixo.
    • Elementos dinâmicos: no lado direito da imagem, está presente a figura de um homem, de frente, inclinado para a esquerda, de aspeto velho, com grandes e finos dedos (e unhas), com uma adaga na sua cintura, de aspeto aterrador; no lado esquerdo, um corpo de cor verde no chão, possivelmente sem cabeça, duas pessoas agarradas uma à outra (o de chapéu olha na direção de quem observa a imagem, enquanto que o outro, que tem uma perna amputada, observa o homem de capa) e ainda 3 pessoas juntas.
    • Elementos emergentes: o olhar dirige-se para o homem de capa preta e remete para a sua monstruosidade e aberração.
    Relação textual:
    •"The Man of the Crowd" é uma “short story” escrita por Edgar Allan Poe no ano de 1840.
    • Na história, um narrador desconhecido acompanha um “decrepit old man, some sixty-five or seventy years of age” através da lotada cidade de Londres.
    •Henry Clarke criou esta imagem para servir de ilustração ao conto de Poe numa edição londrina de 1923.
    • A impressão malvada que o homem transmite possivelmente provém da adaga que está debaixo do seu manto preto e dos corpos espalhados à sua volta no chão.

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  2. Análise da imagem “The man of the crowd”
    Tipo de imagem: Figurativa sendo que ilustra a short story ”The Man of the crowd” de Allan Poe.
    1.Elementos Sensoriais:
    Cor: Grande uso de tons acastanhados que realçam o cenário deplorável e sujo. As personagens são representadas com cores mais destintas de forma a focar nas mesmas, como por exemplo a capa escura do homem e a cor fluorescente do corpo nu no chão.
    Textura: A textura é principalmente visível na roupa enrugada, na pele e no cabelo das personagens.
    2.Elementos Estruturais:
    Eixo: Ao dividir a imagem em quatro é possível observar que mais acima está o cenário, o ideal, enquanto que mais abaixo está o real, um corpo nu e decapitado. O que está à esquerda é diferente do que está à direita, sendo que no lado esquerdo está representado o boémio e a prostituição, e do lado direito um homem misterioso, de capa preta, com ar maquiavélico e de superioridade.
    Perspetiva: Nesta imagem há um grande sentido de profundidade e tridimensionalidade, sendo que o homem aparece em foreground, as outras personagens em middle ground e os edifícios em background. A imagem encontra-se ao nível do olhar, no entanto está distanciada do público no sentido em que quase todas as figuras desviam o olhar.
    3.Elementos Dinâmicos:
    Orientação da figura: As figuras em middle-ground estão muito distanciadas da audiência através da linguagem corporal. Por exemplo: uma mulher olha para cima com ar de superioridade e outra para baixo, triste. A figura do homem está com o corpo contorcido, com uma postura de controlo e de mistério. O corpo sem cabeça é o único que se encontra de frente para o público, como se estivesse a seduzir a audiência.
    Olhar: Apenas uma figura olha para a audiência, as restantes desviam o olhar. Alguns olham para cima, outros para baixo e outros para o lado, como a pessoa do lado esquerdo que aparenta olhar para o homem da direita, porém não se sabe para onde este está a olhar.
    3.Elementos Emergentes: O olhar vai para o homem da direita, alto, esguio e com pouco cabelo, uma vez que este usa uma roupa que o distingue dos restantes o que remete para o terror e monstruosidade do mesmo.

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  3. Análise da imagem 2

    Tipo de imagem - real (representa uma situação e pessoas reais).
    Elementos sensoriais - a imagem é apresentada a preto e branco, talvez porque na altura em que a fotografia foi tirada, (1885) não existiam fotos com cores permanentes.
    Elementos estruturais - o que está à direita é diferente do que está à esquerda, uma vez que a imagem apresenta dois homens totalmente diferentes (o que é apresentado à direita aparenta ser um soldado, enquanto que o que se situa à esquerda da imagem aparenta ser um indiano/nativo).
    Elementos dinâmicos - o homem apresentado à direita parece apontar para algo/alguém, chamando a atenção do homem situado à esquerda para isso mesmo; o homem da direita é o oposto do homem situado à esquerda, o que é possível compreender pelas diferentes posturas, roupas, feições dos dois; além disso, nenhum dos homens olha diretamente para o espetador nem olham um para o outro; os seus olhares dirigem-se para algo que não é possível ver nesta imagem, o que sugere que há mais algo/alguém no sítio onde estão.
    Elementos emergentes: o olhar do espetador dirige-se facilmente para os dois homens e atenta nas diferenças entre ambos.
    O espetador consegue perceber pela informação dada, que a imagem é na verdade uma imagem promocional para o Wild West Show (1885).

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  4. Análise da imagem 1

    Tipo de imagem: Figurativa e de ilustração
    Elementos sensoriais: Predominância de tons neutros (castanhos)- que servem para demonstrar o estado imundo de Londres- com realces de vermelho e amarelo. As personagens são pintadas com cores mais carregadas para se dar destaque às mesmas.
    Elementos sensoriais: Diferença entre a parte superior e inferior da imagem- a parte superior é mais "serena", enquanto que a parte inferior nos mostra o deplorável- corpo nu decapitado. Lado esquerdo- o estilo de vida boémio, a prostituição; Lado direito- Presença de figura masculina, com ar assustador, de capa negra, com dedos finos e longos e com uma adaga à sua cintura- figura que atrai de imediato a atenção do observador da imagem.
    Perspectiva: Olhar das personagens não é dirigido ao público.
    "The Man of the Crowd" é também o título de uma história de Edgar Allan Poe, esta imagem, criada por Henry Clarke serve de ilustração a esta história numa edição posterior à sua publicação.

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  5. A pintura figurativa de Harry Clark ‘’The Man of The Crowd’’ faz uso de cores predominantemente na área dos castanhos e neutros, cores estas que não têm brilho e estão meio esbatidas na parte superior da pintura. Na parte inferior, as cores parecem ganhar um pouco mais de força e facilmente consegue-se ver uns tons de azul e vermelho. Este ênfase nas cores que estão na parte inferior do quadro parece que puxam o olhar do ‘’leitor’’ para a cena da rua, para baixo; de certa forma, conferem peso e gravidade à imagem. As cores pardas dos edifícios mostram que estes estão sujos e não são bem conservados. Outro pormenor interessante é a qualidade sensorial dada à textura, em específico, às ervas que crescem entre as rachas dos edifícios, mais uma vez, dando a ideia de uma zona da cidade pobre, mal tratada e suja. A luz incide sobre as personagens de modo mais ou menos equivalente, até as que se encontram em segundo plano. É difícil encontrar sombras. Isto é curioso porque à primeira vista parece que as três personagens no primeiro plano do quadro agem de forma suspeita, tentando esconder-se com as suas capas pretas. No entanto, estão claramente à vista de todos e bem iluminadas.
    Adicionalmente, pode-se ver que a pintura está visualmente dividida ao meio pelas vigas de madeira das portas e pela viga entre os edifícios. A parte superior e inferior são de certa forma dissonantes. Acima das vigas vê-se roupa limpa estendida e parte do céu. No entanto, as cores estão esbatidas como se o plano superior, que representa o ideal, não seja real. A parte inferior com cores mais carregadas e que representa uma cena de vícios e crime é a realidade. Quase todas as personagens têm o corpo virado para o ‘’espectador’’, mas a olhar para o lado ou para outra pessoa ou para cima, conferindo ao ‘’espectador’’ quase que uma posição de voyeur, mas também de impessoalidade. No entanto, a personagem que está de costas voltadas olha directamente para o ‘’espectador’’ reconhecendo a sua presença e deixando-o desconfortável como se estivesse a ver algo que não devia. A imagem está carregada de estímulos dando uma sensação opressiva e caótica. Há apenas um corpo na horizontal deitado no chão. Este é o corpo de uma mulher assassinada por decapitação (pelo que dá a entender). O corpo, que é um pouco desproporcional, está no meio da rua, nu e ocupa bastante espaço, mas é ignorado por todos.
    O ponto focal é o homem de capa preta virado para o ‘’leitor’’, mas que olha para trás, para fora do quadro, o que leva quem vê o quadro a indagar o que se encontra escondido para além do que se consegue ver.

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  6. Análise da imagem 2
    Tipo de imagem: Real por se tratar de uma fotografia tirada em 1885 a pessoas reais com objetivo promocional para o Wild West Show.
    Elementos sensoriais: Tons a preto e branco com textura suave que remetem para o antigo e o passado.
    Elementos estruturais: O que está representado no lado direito não corresponde ao que está representado no lado esquerdo. À direita está representado um homem caucasiano com vestes de militar/soldado. Enquanto que, à esquerda está representado um homem com descendência indígena e vestido com trajes correspondentes à sua cultura. As figuras parecem ter uma ligação por segurarem a mesma arma centrada na parte de baixo da imagem. O que está em baixo não reproduz o que está mais acima. Na parte de baixo da imagem é possível observar que o calçado dos dois homens pisa uma superfície que aparenta possuir relva, terra e talvez alguns fragmentos de madeira vinda das árvores atrás dos homens. Estes elementos remetem para uma floresta. Na parte de cima da imagem (além dos homens) está representado o céu juntamente com uma árvore localizada na direita com pouca folhagem.
    Elementos dinâmicos: Ambas as figuras estão ligeiramente voltadas para a direita provavelmente por o homem da direita apontar para esse lado e para algo que o espectador não consegue ver. Isso chamou a atenção do indígena, que desloca o seu olhar para onde foi apontado, tal como o outro homem.
    Elementos emergentes: O olhar vai para os dois homens devido às suas diferenças bastante visíveis no vestuário e às diferentes etnias mas mais precisamente para o rosto do militar e para a sua mão a apontar para algo que não é possível visualizar na imagem, o que desperta uma certa curiosidade e mistério no espectador.

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  7. A fotografia usada como imagem promocional do Wild West Show mostra dois homens lado a lado na natureza. Em primeiro lugar, é de notar que a fotografia é a preto e branco, concedendo à imagem uma sensação do clássico, de algo histórico. No entanto, o facto das cores serem tão minimalistas retira um pouco de riqueza e vida à foto. Por outro lado, o preto e o branco são cores que revelam bem contrastes, permitem que se veja nitidamente onde cai a luz e uniformizam a imagem. Assim sendo, pode-se observar que o foco principal da luz é na parte superior (tronco, braços e cabeça) do homem que está à direita - caucasiano. Como o foco de luz incide directamente sobre este homem, ele tem algum brilho, especificamente os seus olhos e as suas calças, o que acaba por comandar a atenção de quem olha para esta fotografia. A textura também tem um papel fundamental. As calças da personagem da direita são de pele que reflete a luz. A pele das suas mãos refletem também imensa luz, quase que obrigando o olhar do ‘’espectador’’ a cair sobre elas. Já a indumentária do homem da esquerda - indígena -, tem texturas bastante diferentes. Este não usa tecidos que tendem a refletir a luz da mesma forma que o homem da direita. Contudo, ele usa um chapéu de penas que reflete tanto a luz que estas acabam por não se conseguir diferenciar. A roupa do homem da esquerda revela uma ligação maior com a natureza e com o mundo que o rodeia, ao contrário do homem que está à esquerda, o que nos leva a inferir algumas crenças e alguns valores dos homens representados na fotografia, não apenas a nível individual, mas de um todo. A riqueza de texturas diferentes e o contraste acentuado entre luzes e sombras contribui para o efeito realista e nítido da fotografia.
    Assumindo que a parte superior representa o ideal, a parte inferior a realidade, a parte esquerda da foto o velho ou conhecido e a parte da direita o novo, a análise desta foto torna-se bastante curiosa. Do lado esquerdo, tem-se o indígena que representa o povo original e nativo, os velhos costumes e valores. Do lado direito, tem-se o homem caucasiano, que chegou recentemente com novos valores e ideais pronto a conquistar este novo mundo. No patamar do ideal é de destacar a parte superior dos corpos dos dois homens. Pode-se supor que neste caso o ideal está na cabeça de cada um deles e que este mundo perfeito é diferente para cada um. Na parte inferior da fotografia encontra-se, obviamente, o resto corpo. Todavia, note-se que só se vê os pés do homem caucasiano. Os pés do homem da esquerda, o nativo daquela terra, não se consegue ver; estão escondidos como se estivessem a ser enterrados. No meio, temos uma arma segurada pelo indígena, porém o homem da direita inicia contacto pondo a sua mão por cima numa demonstração de controlo e poder. Quanto à disposição dos corpos, o homem caucasiano está totalmente virado para frente a apontar para algo. O homem indígena, ligeiramente virado para ele, está a seguir com o olhar para onde outro está a indicar. Mais, os seus braços estão junto ao corpo e à frente numa demonstração de subserviência. Esta fotografia mostra de forma algo subtil as diferenças entre os dois homens representados na foto.

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  8. Na ilustração, de 1923, para "The Man of the Crowd", elaborada por Harry Clarke, há uma predominância de cores quentes (castanhos e vermelhos), embora existam alguns pormenores em azul. Os tons no topo da imagem estão um pouco mais claros, mas tornam-se mais fortes na parte inferior da mesma.
    Esta obra é uma representação de personagens que aparentam ser figuras quase deformadas. Como tal, duas delas são os principais focos, nomeadamente a figura feminina desfigurada que se encontra no chão e a figura masculina no lado direito, pois são realçadas através dos tons mais escuros e possuem características que transmitem alguma estranheza. Todavia, a representação do nu também assume destaque na mulher que está num segundo plano, do lado esquerdo.
    A obra apresenta uma noção de profundidade ao apresentar 3 diferentes planos: primeiro plano composto por quatro figuras (silhueta feminina no chão, homem de capa preta e as duas figuras do lado esquerdo), segundo plano composto pelas três figuras que se encontram à janela ou numa casa, do lado esquerdo, e, por fim, num terceiro plano as casas de tons esbatidos.

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