segunda-feira, 6 de maio de 2019

All in the Family - Meet the Bunkers



Watch at least the 1st part of the 1st episode of "All in the Family".

1. Comment on the moral values being depicted.

Now watch and read the lyrics to the Simpsons' "All in the Family Parody Video": http://www.lyricsmania.com/all_in_the_family_parody_lyrics_simpsons_the.html

2 Identify
- Quotationalism
- Hyper-Ironism or De-differentiation


8 comentários:

  1. Antes de começar a análise do primeiro episódio aqui postado, penso que seja importante salientar que não tenho qualquer conhecimento do contexto de criação da série, pois nunca ouvi falar dela.
    Após a visualização da primeira parte, e tendo em consideração os tópicos mencionados pela professora, reparei que os créditos de abertura focam-se na ideia que, na minha opinião, muitos têm dos bairros americanos, isto porque vemos filas de casas semelhantes, quase num patamar estático.
    Avançando já para o conteúdo em si, é bastante visível a diferença de protagonismo entre as personagens femininas e as personagens masculinas, sendo que quem participa mais no diálogo desta primeira parte são Archie e Mike, havendo logo aqui uma certa imposição e superioridade da figura masculina na sociedade americana.
    Um outro aspecto que não passa despercebido é a abordagem a questões raciais. Logo no início, dão-nos a saber que há alguém a arranjar a televisão portátil de Archie, sendo que, ao descer, o espectador vê que se trata de um homem de raça negra, Lionel. Poderá aqui estar implícita a noção de trabalho, ou possível escravatura, à qual os indivíduos de raça negra são associados. Mais adiante nesta primeira parte, Mike afirma que os homens negros, os hispano-americanos e as restantes minorias são menosprezados pela sociedade americana, justificando-se ao dizer que os patriotas como Archie são, de certa forma, os responsáveis por essa discriminação, pois não acham correcto, nem permitem, que estes grupos étnicos partilhem o sonho americano. No entanto, Archie refuta esta afirmação de Mike, ao dizer que os indivíduos negros até têm mais oportunidades nos EUA do que os próprios cidadãos brancos, uma vez que eles têm quem faça marchas e protestos em defesa dos seus direitos como seres humanos (acaba por remeter para a igualdade civil que estava na base da Declaração da Independência).
    Partindo para o tópico da política, está presente no episódio uma referência aos democráticos e aos socialistas, sendo que Archie caracteriza o sermão religioso como uma propaganda socialista.
    Já em termos das diferenças de gerações, Archie é quem parece estar mais "preso" ao passado, visto demonstrar espanto e recusa perante as alterações de moda da geração em questão no episódio, mas, como Edith afirma, "the world is changing".

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  2. "All in the Family" é uma sitcom popular dos anos 70. Tem como cenário, uma típica casa americana, num típico bairro americano. As personagens incluem Archie e a sua mulher Edith, um o patriota e americano privilegiado e a outra, a optimista e que tenta ao máximo afastar o seu marido das antiquadas convenções americanas (coisa que ela própria tenta para si).
    Por fim, há Mike e Gloria. Esta última filha de Edith e Archie, juntamente com o marido Mike, defendem valores considerados por vezes, inconcebíveis por parte de Archie. Portanto, há um contínuo esforço em retirar Archie do pensamento antiquado.
    Neste episódio, é mencionado muitas vezes questões acerca do racismo e é exposto o lado atribuído à mulher. Ao longo do episódio Mike tenta mostrar a Archie como o que ele diz não está correto, de como os afro-americanos são sempre postos num patamar inferior e de como as dificuldades deles não se comparam às dos brancos. Questões a que Archie responde de forma agressiva e ofensiva (aparentemente a única maneira desta personagem comunicar).
    A inferioridade da mulher é também bastante explícita pois sempre que Edith tenta falar é mandada calar por Archie. Para este a opinião da sua mulher nunca é inteligente ou importante o suficiente. Quanto a Gloria, sofre um pouco do mesmo e de por vezes não ser levada a sério pela personagem do pai, Archie. Este faz questão de dirigir um aviso à filha, para puxar a saia mais para baixo pois não é considerado correto para ele que raparigas andem com saias cada vez mais curtas e os rapazes com cabelos cada vez mais compridos. Faz-lhe confusão e mostra-nos o óbvio: é nas ideologias desta personagem e a definição de sonho americano que convergem todos estes diálogos moralistas, todos os diferentes pontos de vista das restantes personagens que tentam, de uma maneira ou de outra, comunicar com Archie e encaminhá-lo pela direção certa.

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  4. 1. All in the Family is an American sitcom that was broadcasted throughout the 70's. The show was groundbreaking for its depiction of controversial issues that were considered unsuitable for U.S. network television, such as racism and homosexuality (among others).
    This television show revolves around the Bunker family, constituted by Archie, a short-tempered, seemingly prejudiced and patriot male and Edith, the sweet and understanding, yet naïve, wife of Archie. With them, also lives their daughter Gloria, who is kind and good-natured, and who is married to the college student Michael, whose opinions on religious, political, social, and personal issues often clash with Archie's. In fact, in this first episode, it is possible to see a lot of differences in moral values between the characters.
    The most obvious issue being depicted is the racial issue, which is talked about throughout the entire episode. This issue is raised by introducing Lionel, a young black man doing an odd job fixing Archie's television. The first evidence of Archie's prejudice is shown when Lionel says that Archie loves hearing him say that he wants to be a "'lectrical engineer", which implies that Lionel is an uneducated black male, although he is clearly the opposite. A bit later, while having a celebratory brunch of Archie and Edith's 22-year-marriage, a discussion between Michael and Archie breaks out. Things get a little heated as Michael says "You know why we got a breakdown in law and order in this country, Archie? Because we got poverty. Real poverty. You know why we got that? Because guys like you are unwilling to give the black man, the Mexican-American and all the other minorities their just and hard-earned share of the American Dream." To this, Archie replies that if these "spicks and spades" (the first is a derogatory term for hispanic people and the latter a derogatory term for an African American) want their rightful share of the American Dream, they should fight for it and that they even had more opportunities of doing so than he did:
    "Michael: Now I suppose you're gonna tell me the black man has had the same opportunity in this country as you.
    Archie: More. He's had more. I didn't have no million people marchin' and protestin' to get me my job."
    By saying this, Archie is implying that African American people are lazy. However, he takes it a step further and with an ironic tone, he says he "never said your black beauties was lazy. It's just their systems is geared a little slower than the rest of us, that's all". His prejudice becomes even more apparent as he refers to African American people as "black beauties", saying there is nothing abnormal in using that term because he has a black co-worker who has a bumper sticker on his car that says "Black is beautiful". Even Edith sort of "defends" Archie's usage of that term, commenting that "it's nicer than when he called 'em «coons»". The word "coon" is an offensive word that refers to black people and can have double meaning: first, it is a short term for "barracoon", which were a place of temporary confinement for slaves or convicts (this dates back to when the settlers transported black people from Africa to the New World); also, it is a short term for raccoon, a nocturnal animal known for stealing food which may heavily imply that black people are seen as thieves.

    (...)

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  5. (...)
    This heated discussion continues when Lionel comes back to deliver Edith some flowers and her present (all of this supposedly sent by Archie in secret) and Archie asks Lionel where he got his suit. He answers he got it in Harlem (a neighborhood known as a major African-American residential area, that had organised crime) and that he's "got two more, but one's yellow with stripes, the other's purple with checks. You know, for when I'm with my people". Lionel says this in an ironic tone and emphasizes the word "my". His mention of the suits are allusions, the first being an allusion to the gangsters' yellow zoot suit and the latter being an allusion to "pimps" (a procurer/agent for prostitutes who collected part of their earnings). This is a reference to stereotypical roles, with the image of the black man as a criminal or engaged in illegal activities.
    Archie even shows a bit of anti-semitism, which was not uncommon in the first half of the 20th century. This is made evident as he remarks: "Feinstein, Feinberg. It all comes to the same thing, and I know that tribe" or "We got a couple of hebes workin' down at the building." He even becomes very offended when Lionel asks him if he is Jewish, given the fact that he used a yiddish word:
    "Lionel: Well, people don't use Jewish words just like that, do they, Mike?
    Mike: No, not in my experience.
    Archie: Maybe people don't, but I do, and I ain't no yid."
    Once again, Archie uses derogatory terms to convey his opinions. Michael even comments that Archie's parents are named David and Sarah, which are Jewish names to which Archie replies "David and Sarah - two names right out of the Bible, which has got nothin' to do with the Jews. They continue the argument implying that Archie might be, in fact, Jewish and he continues to be very offended by this. He even offends his son-in-law by calling him a "polack", a derogatory reference to a person of Polish descent. Michael, on the other hand, says he is actually proud of being Polish. The argument ends with Archie vehemently saying he isn't Jewish, despite usually gesturing with his hands while talking - "a very semitic gesture" as Michael said.
    There are also social issues being depicted, such as the machismo issue as Archie seems to be very sexist: women are viewed as the inferior sex. This is made evident by his somewhat aggressive remarks towards Edith ("Will you stifle, you silly dingbat?" or "Edith, stay the hell out of this!")
    Archie also seems very uncomfortable with the changing of the times. He is a very old-fashioned men that defend that in "his day", things were better and he cannot accept the slight shift in gender roles: to him, men growing out their hair is unnatural as is the feminist movement, which is clearly shown as he comments that his daughter's skirt is pulled too high.

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  6. (...)
    There are also political and religious issues being depicted in this first episode. They are shown as Archie refers to the sermon given at church by Reverend Feltcher to be "socialist propaganda", to which he is clearly against. The clash between Michael and Archie continues as it becomes more evident that Michael represents the liberals (the democrats) while Archie represents the conservative party (the republicans).
    The episode ends in a softer manner with Archie showing a little emotion with the card he supposedly sent Edith to celebrate their 22 years of marriage, although never admitting that he was touched with what was written there.

    2. Quotationalism - One manifestation of quotationalism is comedies get their weekly comical material by resorting to parody - such as Saturday Night Live who parodied genres (television debates), certain tv shows (Star trek) and movies (star wars).
    In The Simpsons, they generally make use of allusions. While the first episodes of The Simpsons were original and free of quotation, as the show progressed, it started depending on other elements of pop culture as material to mantain the show current and up-to-date and to make it relatable to its audience. It's these references that hold the meaning of the show; if a spectator does not understand a reference, he will also fail to understand the meaning of a sketch - and it might undermine the understanding of the episode as a whole.

    Hyper-ironism - The Simpsons's satire spare nothing and no one. Their comical material considers nearly everything a target, every institution (police, the church, political system), every stereotypical character: it basically undermines their own positions. Whereas the series subjects individuals, institutions and creeds to sustained cruelty and ridicule, the taunts tend to be counteracted and redeemed by heart-warming remarks and happy family moments.

    Patrícia Silva nº41166

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  7. 1- O programa apresenta, de grosso modo, um confronto entre dois arquétipos de mentalidade no contexto socio-político americano (conservador vs. Liberal).
    O primeiro, encarnado no protagonista Archie Bunker, apresenta-se conservador em diversas matérias, desde logo em a) matérias sociais genéricas (opositor do estado social, defende a perspectiva capitalista de que se recebe o que se precisa em função de o "merecer" por via do trabalho. Esta perspectiva afirma-se ética ao ignorar as desigualdades no acesso quer a bens quer a serviços básicos por parte de certas camadas do estado social), em b) matérias de género (crente nalgum tipo de essência ontologica do género e das performatividades, "papeis", que deste adveem, choca-se com as práticas de expressão de género que identifica na juventude que lhe é contemporânea ao apontar, com desagrado, as "raparigas com saias curtas" e os "rapazes com cabelos longos"), e em c) questões de racismo (quer por se entreter ridicularizando/infantilizando Lionel, o rapaz negro que executa tarefas diversas para a familia, e as suas aspirações profissionais, quer pela maneira condescendente e pelos termos derrogativos com que se refere a minorias étnicas, quer pela forma como se apropria de discurso reenvindicativo destas minorias no processo).

    O segundo, protagonizado pela sua filha, Gloria, e pelo seu marido, Michael. Este último defende o estado social (estuda sociologia, com o estado social como tema de estudo, e afirma interessar-se por esta temática academicamente para que possa "ajudar a sociedade"). Em matérias de género, apresenta uma perspectiva ambigua mas inclinada para uma maior abertura de performatividades de género minimamente dissidentes ( ao responder a archie, quando este critica as "saias curtas em raparigas" e "cabelos longos em rapazes" que "os tempos estão a mudar". Esta afirmação não demarca uma posição forte, mas no minimo não visa opor-se moralmente a este eventos). Em matérias de racismo/anti-racismo, apresenta-se critico das atitudes de Archie (acusando-o de racismo no seu discurso, argumentando com ele as implicações éticas do seu discurso, mais tarde juntando Lionel ao debate).
    Embora não acredite que seja um acontecimento intencional, a série demarca fortes tons sexistas/misóginos, na forma casual e subtil com que se apresenta infectada a nossa cultura. Gloria, que referi como estando no espectro "liberal", não mencionei na elaboração dos pontos "liberais" expressos na série, exactamente porque esta personagem se limita a concordar com Michael nos seus pontos, e a fazer afirmações não argumentadas. Apresenta também uma personalidade diplomática e pouco confrontacional (pede, por exemplo, a Michael que não discuta com Archie, suprimindo a expressão dos seus pontos de vista em prol da estabilidade familiar).
    Edith, a mulher de Archie, é uma personagem escrita de forma a ser amorfa e ambigua politicamente. Ora concorda com um lado da discussão ora com outro, de forma vaga crítica Archie ("Mr. Religion...), mas sempre com um tom apologista. A personagem limita-se a servir como "boba" (solta deixas com intenção cómica, ora despejadas de conteudo ora contraditórias).

    Em conclusão, embora a série aparente aspirar a deixar a superioridade moral do debate com a fação liberal, é fortemente debativel o sucesso desta aspiração (a própria ideologia é expressa de forma vaga, limitada de uma perspectiva privilegiada em muitos dos aspectos em que toca).

    Alice Cunha

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  8. 2- Definindo sucintamente as ideias expressas para as definições "quotationalism" e "hyper-ironism":
    Quotationalism: [Embora me entristeça ao perceber que esta característica não aspira a quantificar o "valor cómico citacional" das "catch phrases" de um programa], esta palavra aparenta referir-se ao uso que um objecto midia (neste caso, o programa "Os Simpsons") faz de referências culturais a outros objectos midia, com intenção de explorar ou expor os significados e conteudos que estes ultimos representam na noção (expectavelmente) partilhada do publico. A utilização deste método aspira quer a utilizar este significados na sequência do discurso (passando, por exemplo, a música "eye of the tiger" para que o público interprete um momento de esforço e determinacao), quer para satirizar o conteudo da referência (é um bom exemplo a paródia que os simpsons fazem do genérico inicial de "All in the Family", embora este exemplo também faça uso da primeira utilização mencionada).
    Hyper-Ironism: Uma forma de exercer comédia que faz uso intenso (e até necessariamente) da sátira, de forma tão intensa que deixa de servir um propósito (crítica social, ataque a uma figura, etc), e passa a ser a sátira pela sátira. Esta fórmula cómica e o seu sucesso são aqui chave, sendo o conteudo do discurso relativamente irrelevante, desde que cumpra o propósito cómico.

    Alice Cunha

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